Antítese- Poema-som

Antítese- Poema-som

Antítese

Agridoces cerejas.

Vários sabores de todas as cores.

Trilhos de bondes urbanos

Seguem seu ritmo.

Te levam para algum lugar

Distante no Tempo

Antiestético, antinatural.

Antisséptico bucal.

Dentes, sorrisos, e plásticos,

Mancha de café, de batom.

A boca abre-fecha-fecha-abre.

Para não dizer; não, não, não

Como códigos de barra.

Gravuras de antílopes neolítico

Saltam das pedras.

A fera e se fere,

Na angustia do salto alto.

Pulam a plataforma olímpicas,

Onde os Deuses do Olimpo

Não foram convidados.

Pisam, esmagam a insignificância do tempo.

Preso ao concreto junto ao sapato.

Antibióticos.

Cores das células brandas.

Cicatrizes rupestres,

Numa pálida paleta.

O voo das cotovias,

O tsunami via Sedex.

O coração de sílex.

Drones do terceiro grau

Santificados.

No altar, o santo graal.

Clones aspiram o novo mundo.

Verticalização da matéria.

Rapunzéis tornam-se medeias.

Torres de Dubai, belvederes.

Inverno ártico.

Montanhas artificiais.

Bebida de sangue de mamute.

Irkutsk é longe demais,

Longe demais,

No Tempo e do Sol.