Seus olhos são multidões
Refletindo o que eu sinto
Debaixo de minha pele dura,
Somos desenhos animados,
Desenhados por acaso
Por alguma mão insegura.
Mas se você está confusa
Quanto a mim,
Não vou tentar reanimá-la,
Os cogumelos continuam
Nascendo no campo
Sem esperarem
Alguém para colhê-los.
Eu não estou com medo,
Ainda tenho tempo,
Eu não estou com medo.
Meus versos são reflexões
De multidões que se agitam
Dentro de becos escuros,
Somos provérbios inacabados
Sem sentido exato,
Apenas murmúrios.
Mas se você está confusa
Quanto a mim,
Não vou tentar reanimá-la,
Os cogumelos continuam
Nascendo no campo
Sem esperarem
Alguém para colhê-los.
Eu não estou com medo,
Nem estou derretendo,
Eu não estou com medo.
27/11/1998