Doze signos do zodíaco
Doze secas no sertão
Doze fome para o povo
Doze pratos pro patrão
Ai, se rebela meu sertão
Doze fuzis, doze lanças
Os doze pares de França
Com a justiça na mão
Há muitas dores fincadas
Na rachadura da pedra
Muitas cercas nas estradas
Nos latifúndios cruéis
Muitos chicotes amolados
Nos olhos dos coronéis
Doze lutas, doze guerras
Doze vinganças de corte
Muitos chicotes sem donos
Latifúndios incendiados
No pastoreio da morte
Mais a doze vezes doze
Volantes da opressão
Pelas pedras emboscadas
Cobertas de escuridão
Doze mil tiros certeiros
Doze pares justiceiros
Agonizando no chão
Caboclas viúvas de amor
Botaram flores nas tranças
No peito magro do povo
Brotaram doze esperanças
Doze lendas nordestinas
Doze punhais prata fina
Os doze pares de França