Não vi os seus olhos, mas senti alegria
Entreguei-me ao vento, tão dono de si
Na madeira os pingos, num breve minuto
A sintonia das vozes ecoava em ti
Nadei sem pensar, em águas tranquilas
Reconheci a verdade, à beira do cais
O tempo em repouso admirava a todos
A desordem das pedras, sentimentos reais
A plenitude da vida, conectada em tudo
A silhueta do barco, como perfeita pintura
A solidão inexiste, nesses traços simétricos
A tristeza em farrapos, em sua clausura
Olhar sem fronteiras, e o túnel bem claro
Temores não há, e as emoções afloradas
A areia dispersa, e a maresia tão nítida
Abraços sinceros, nas poeirentas estradas.
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