Deus Requer Santificação aos Cristãos 21

Publicado por: Silvio Dutra Alves
Data: 03/11/2021
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Texto: Silvio Dutra Voz: Silvio Dutra

 

 

 

 

 

 

 

"Serei para Israel como orvalho, ele florescerá como o lírio e lançará as suas raízes como o cedro do Líbano. Estender-se-ão os seus ramos, o seu esplendor será como o da oliveira, e sua fragrância, como a do Líbano". [Os 14: 5,6]

"Porque derramarei água sobre o sedento e torrentes, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes; e brotarão como a erva, como salgueiros junto às correntes das águas." [Is 44: 3, 4]

 

E assim é ecoado em muitas outras passagens. Podemos saber que esta comparação é singularmente instrutiva, ou não teria sido feita com tanta frequência para este fim. Vou refletir brevemente sobre alguns exemplos que tendem a dar luz a este assunto:

1. Essas árvores e plantas têm o princípio de seu crescimento em si mesmas. Elas não crescem de ajuda e promoção direta, externa, adventícia; elas crescem de sua própria virtude seminal e umidade radical.

Não é diferente no progresso de santificação e santidade; há uma raiz, uma semente, um princípio de crescimento e aumento na alma daquele que é santificado - toda graça é semente imortal, e contém em si um princípio vivo e crescente.

Aquilo que não tem em si uma vida e poder para crescer, não é graça, portanto quaisquer que sejam os deveres dos homens para executar, para os quais eles são guiados pela luz natural, ou que são instados a eles por convicções da Palavra, se não procedem de um princípio de vida espiritual no coração,  não são frutos de santidade, nem pertencem a ela.

A água da graça que vem de Cristo é uma "fonte de água que jorra para a vida eterna" naqueles a quem é concedido. [João 4: 14].

A natureza da santidade é prosperar e crescer, assim como é a natureza das árvores ou plantas para crescer, que têm sua virtude seminal em si mesmas, segundo sua espécie.

 

2. Uma árvore ou planta deve ser regada, ou não irá prosperar e crescer em virtude de seu próprio poder seminal; se vier uma seca, ela murchará ou se decomporá.

Assim, onde Deus menciona este crescimento, Ele o atribui à sua rega:

"Eu serei como o orvalho", e "derramarei água".

Esta rega é a causa especial de crescimento; assim é também com a santidade. Há uma natureza recebida, que é capaz de aumento e crescimento, mas se for deixado por si mesma, não prosperará; vai decair e morrer.

Deus é como o orvalho, que derrama água sobre ela pelos suprimentos reais do Espírito, como mostramos antes.

 

3. O crescimento de árvores e plantas é secreto e imperceptível; e não é discernido exceto nos efeitos e consequências desse crescimento.

O olho mais atento pode discernir pouco de seu movimento. "Como uma árvore através dos tempos, ela cresce secretamente."

Não é diferente no progresso da santidade; não é imediatamente discernível, tanto por aqueles em quem ela progride, quanto por outros que a observam.

É apenas sob os olhos dAquele por quem ela é operada; apenas por seus frutos e efeitos que é manifestado. E alguns, de fato, especialmente em algumas estações, claramente e evidentemente prosperam e crescem, surgindo como os salgueiros junto aos cursos de água.

Embora seu crescimento em si seja indiscernível, é claro que eles cresceram.

Todos nós devemos ser assim; o crescimento de alguns, eu digo, é manifestado a cada provação, em cada ocasião; seu lucro é visível para todos.

 

Alguns dizem, que o crescimento das plantas não acontece por um progresso insensível constante, mas aumenta por explosões e movimentos repentinos; estes, às vezes podem ser discernidos na abertura de botões e flores - da mesma forma, o crescimento dos crentes pode consistir principalmente, em algumas ações intensas e vigorosas de graça em grandes ocasiões, como fé, amor, humildade, abnegação ou generosidade.

 

Aquele que não experimentou tais atos de graça, em casos especiais, pode ter poucas evidências de seu crescimento.

De novo;  são árvores e plantas que têm o princípio de vida e crescimento nelas, mas são tão desgastadas que você mal consegue perceber que estão vivas.

Então, é com muitos crentes. Todos são "árvores plantadas no jardim de Deus"; [Ez 31: 9], alguns prosperam, alguns decaem por uma temporada, mas o crescimento do melhor é secreto; pelo que foi provado.

É evidente que a obra de santificação é um trabalho progressivo, que conduz gradualmente a santidade para nossa perfeição - isto não é trabalhado nem completado de uma vez em nós, como a regeneração, nem faz cessar qualquer realização ou condição de vida, mas está prosperando e assim continua.

 

Aqui, diante desta verdade e realidade de que os crentes são estas árvores plantadas por Deus, para Sua glória, chegamos à conclusão, que devemos nos gloriar tão somente nEle, porque é somente pelo conhecimento de Jesus, que podemos ser justificados, conforme profetizado em Isaías 53: 11.

Assim, enganam-se aqueles que se consideram sábios e grandes a seus próprios olhos, e se gloriam nisto, sem reconhecerem que os dons naturais foram recebidos de Deus, para terem habilidades e capacitação para grandes realizações no mundo, mas que não podem ser salvos, nem crescerem como árvores de justiça diante do Senhor, baseados neste mero conhecimento, pois não pode salvá-los.

 

Daí, a exortação de Deus, através do profeta Jeremias:

“Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR.” [Jr 9: 23: 24]

E as seguintes palavras de Jesus:

“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” [Jo 17: 3]

“25 Por aquele tempo, exclamou Jesus: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos.

26 Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado.

27 Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.” [Mt 11: 25-27]

 

O mundo despreza e rejeita o que é de imenso e real valor, e se gloria naquilo que passará, mas Deus tem como Seu precioso tesouro, exatamente aqueles que o mundo despreza, porém Ele escolheu os para Si, para torná-los gloriosos, à semelhança de Jesus.

“18 Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus.

19 Pois está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos instruídos.

20 Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo?

21 Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação.

22 Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria;

23 mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios;

24 mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.

25 Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.

26 Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento;

27 pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes;

28 e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são;

29 a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus.

30 Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção,

31 para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.” [I Co 1: 18-31]

 

Nesse assunto da santificação o mero conhecimento intelectual, ainda que seja das verdades bíblicas será de pouco ou nenhum proveito para produzir a vida piedosa e santa, que é forjada em nós pela operação direta e sobrenatural do Espírito Santo, dando-nos um coração de carne, sensível às coisas celestiais e divinas, e tenha prazer em praticá-las.

Por isso, diz o apóstolo Paulo que: “ainda que eu conheça todos os mistérios e toda a ciência” e muitas outras coisas que o homem natural tanto valoriza, caso não tivesse amor, ele nada seria - e também disse que o conhecimento incha, (ou seja, nos torna orgulhosos), mas o amor edifica.

Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 30/10/2021
Reeditado em 30/12/2021
Código do texto: T7374858
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