Quem sou eu, não sei dizer.
Sou tudo grande e pequenino
Sou fraco, forte e ligeiro.
Minha voz soa alto como o sino
Tenho a força forte como o vento
Sou voraz como a força do destino
Nascí antes de tudo e de todos
Não sou nada, sou o espaço e o tempo.
Antes de tudo eu era o que sou
O tempo, o espaço e o firmamento.
Sou a dor, alegria e tristeza.
Sou o começo, o fim e o segmento.
No espaço o tempo me criou
Na lentidão do tempo vou andando
Vago nas nuvens enfurecidas
Que o vento e a chuva vão levando
As lavas do vulcão eu vou comendo
No roncar do trovão vou reboando
Sou o mar raivoso e enfurecido
Um lago calmo e sereno
Eu sou o fel, amargo estriquinino
Sou o mel doce e ameno
Sou forte cruel e sou ferino
Sou fraco, mofino e sou pequeno.
Sou tudo, que fui e que era
E sou tudo que ainda tem de ser
Vejo o que você não está vendo
O passado e o futuro posso ver.
Não sou nada e de tudo eu entendo
Tenho tudo que você não pode ter
Sou o todo de tudo neste mundo
Eu sou a flecha, o arco e o arpão
Eu sou o vácuo, o espaço, o infinito.
Eu sou a faca, a espada e o facão.
Sou temido por todos neste mundo
Eu sou o fuso, a força e a razão.
Eu sou tudo de bom e precioso
Eu sou tudo que se possa pensar
A terra, o céu, o infinito.
O lago, o rio, eu sou o mar.
O começo, o fim e o princípio.
De tudo que no mundo se criar
Eu sou o eco, o vazio e o turbante.
Eu nasci, morri, e estou vivendo.
Sou miúdo, pequenino, sou gigante.
Tudo que faço e estou fazendo
Sou calmo, sereno e sou vibrante.
Dou tudo e nada estou querendo
Sou a Terra, a Lua e as estrelas
Sou o Sol ardente e ofuscante
Eu sou a pérola, a safira e o rubi.
A opala, a esmeralda e o brilhante.
Eu comando a força e o destino
E tudo em mim é apenas estagiante
Quero que você fique sabendo
Desfrutar de toda essa beleza
Sou mansa, meiga e sou gentil.
E com todos uso de franqueza
Eu sou tudo aquilo que não pensas
Sou tua mãe, a formosa natureza.