Eu vi desfolhar o tempo
Com palavras colossais
Florindo com o lirismo
Com pérolas de cristais
Dando sentimento a vida
Com palavras divinais
Eu vi florir o amor
Com risos e sons divinos
Com a graça estampada
Na face de um menino
Mudar a rota da vida
Mas não mudou o destino
Eu vi a Lua nascer
E vi o Sol se ocultar
As estrelas cintilantes
Nas noites se ofuscar
E vi o grande Vesúvio
Lavas de fogo soltar
Vi nosso pai Abraão
Como nos conta a história
Vi seu filho Isaac
Seguir sua trajetória
Que com a graça de Deus
Alcançou também a glória
Vi os filhos de Isaac
Como narra a Escritura
Jacó comprar do irmão
A sua primogenitura
E na História Sagrada
Tornar-se grande figura
Mudarem cursos de rios
Vi escalarem montanhas
Visitaram até a Lua
Fizeram coisas estranhas
Com relação ao amor
Apenas contam façanhas
Vi o sorriso florir
No rosto de Madalena
Ao receber o perdão
Apagar-se a sua pena
Pelo bom Mestre e Senhor
Que perdoa e não condena
Vi Menelau lutando
Pelo amor de Helena
Em Tróia causar terror
Foi terrível aquela cena
Matou seu opositor
E reconquistou sua Helena
Eu vi Moisés receber
Das mãos do Senhor Javé
A lei dos dez mandamentos
A todos imprimir a fé
E transferir a missão
Ao seu servo Josué
Eu conheci Raquel,
Vi Dalila, a traidora,
Eu conheci Julieta,
Bela e encantadora,
Júlia, Otávia e Olímpia,
Madalena, a pecadora
Vi Cleópatra, a rainha,
Com seu porte sedutor,
Conquistar Marco Antônio,
Seu forte opositor.
Vi Napoleão Bonaparte,
Da França imperador
Vi Palsânia, a orgulhosa,
Portadora de cobiça
Sócrates, o verdadeiro,
Sólon amava a justiça;
Tibério amava o terror
E Iro Armeu a preguiça
Vi em épocas passadas
O grande imperador
O rei Carlos Magno
De Deus um batalhador
E os doze pares de França
Homens de grande valor
O sobrinho de Carlos Magno
Roldando ou Roldão
Ricardo e Oliveiros
Gustavo de Montalvão
O infiel cavaleiro
O seu nome Galalão
Vi a batalha final
Triste fim dos cavaleiros
A morte de Roldão
O mais forte dos guerreiros
O gigante Ferrabrás
Que lutou com Oliveiros.