Segue a viúva que chora
Ao cego e o aleijado
Vai de palhoça em palhoça
Visite o encarcerado
Dê pão a quem tem fome
Ajude o necessitado
Vá de favela em favela
A ninguém esconda o rosto
Console a criança triste
A ninguém cause desgosto
E ao soldado caído
Assuma dele o posto
Ao fraco e desprotegido
Dê-lhe conforto, alento
Dê água a quem tem sede
Ao faminto o alimento
Vista o que está despido
Seja do pão o fermento
Ao que vive nas trevas
Leve a luz e a claridade
Ao que vive no engano
Leve a ele a verdade
Uma palavra amiga
Amor e fraternidade
O rosto de Deus está
No sorriso da criança
No gemido do enfermo
Que ainda tem esperança
Que sustenta sua fé
Com amor e confiança
Está no velho que sofre
Com o desprezo do filho
No deficiente no leito
Nos olhos de quem não tem brilho
No homem que perde esposa
No vagão que perde o trilho
Está no pôr do sol
No romper da alvorada
Está no cume dos montes
No cantar da passarada
No choro de uma criança
Jogada em uma calçada
Está no canto suave
de uma fonte que corre
nos píncaros de uma colina
e na face de quem morre
na paz do socorrido
no rosto de quem socorre
No sorrir amargurado
da esposa abandonada
no rosto de uma mãe
na sua honra ultrajada
na face de um homem pobre
sem pão, sem lar e sem nada
Está nas ondas do mar
no perfume de uma flor
está onde houver vida
no sorriso e no amor
eestá principalmente
no pequeno e sofredor.