SÃO TESOUROS DA INFÂNCIA E JUVENTUDE
QUE PRESERVO NO COFRE DO PASSADO!!
(MOTE E GLOSAS DE CARLOS AIRES)
Minha vida no tempo de menino
Minha bola, o carrinho, meu pinhão
Eu brincando com bolhas de sabão
Meu terninho de linho, tão grã-fino.
Na igreja quando eu tocava o sino
Chega o padre ficava admirado.
Meu cavalo de pau que era guardado
Por detrás da parede do açude
São tesouros da infância e juventude
Que preservo no cofre do passado!!
Brincadeiras nos tempos da escola
Sempre fui um dos mestres dessa arte
Quando ia brincar de “O coelho parte”
Entre tantos eu era o mais gabola
Meu boi velho de barro, minha bola
O meu par de sapatos já surrado
E as roupas usadas no roçado
Encardidas de nodoas e de grude
São tesouros da infância e juventude
Que preservo no cofre do passado!!
Os brinquedos pra lá de naturais
Com os quais eu criava mil facetas
Gafanhotos, besouros, borboletas
Meus cachorros, e outros animais
Fantasias, ensejos, ideais
Tanto sonho sem ser realizado.
Pra que nada ali fique abandonado
Só preciso que o tempo me ajude.
São tesouros da infância e juventude
Que preservo no cofre do passado!!
No crepúsculo se via os vaga-lumes
Com faróis acendendo e apagando
Dessa forma estava iluminando
O escuro da noite e seus negrumes.
De manhã um besouro nos estrumes.
Embolava excrementos que o gado
Na dormida deixou depositado
Pra que ele tomasse essa atitude.
São tesouros da infância e juventude
Que preservo no cofre do passado!!
Brincadeiras de esconde-esconde e pega
Cirandinha de roda e outros brinquedos
Nessa farra eram tantos os folguedos
Entre eles relembro a “Cabra-Cega”
Mas o tempo malvado se encarrega
De levar o que foi vivenciado
Pra distante vai sendo transportado
De uma forma grosseira lenta e rude.
São tesouros da infância e juventude
Que preservo no cofre do passado!!
As quimeras vividas e sonhadas
Devaneios, delírios, fantasias
Na balança do tempo as alegrias
E tristezas estão equilibradas
As verdades que aqui foram citadas
Em registro está catalogado
E o arquivo só vai ser deletado
Quando inerte eu ficar num ataúde.
São tesouros da infância e juventude
Que preservo no cofre do passado!!
Carlos Aires 07/01/2013