PROSEANO CUM O VÉIO DEUS!!!
Ô Véio Deus!
O que foi que acunteceu?
Pois o Sinhô se insqueceu
De mandá lá pro sertão
Arguma chuva
Pra que meu povo carente
Possa aprantá a semente
E cuidá da prantação.
Já faz dois ano
Que nessa terra num pinga
Tá tão seca a caatinga
E eu num sei quá lá razão.
O rio seco a cacimba esturricada
Só se vê terra rachada
Morreu toda a criação.
Só no Sinhô Véio Deus!
A gente inspera
E nunca se desinspera
Pois sabe que a solução
Vem lá do céu.
Quarqué dia o sinhô manda
Munta chuva p’ressas banda
Pra dá fim nesse verão.
Meu veio Deus!
Num tô querendo ser crítico!
Mas esses dotô pulítico
Qui manda nessa Nação
Pruqui só passa
Trazeno premessa e prano
Só de quato im quato ano
Conde é tempo de inleição!
Aimano o bote
Cuma se fosse uma cobra!
Diz:vamo tocá a obra
Findá a transposição!
Depois do voto
Se some disaparece
Se escafede e se insquece
Das premessa e do sertão!
Ô Véio Deus! Nos ajude pru favô
Nosso povo sofredô
Tá morreno sufocado
Cum a seca braba
E o sol fazeno afronta.
Uns peca ôtos paga a conta
Sem cumetê o pecado?
Meu Véio Deus!
Se tô errado num sei.
Mai se achá q’eu errei
Desde já peço perdão.
No fim da prosa
Vou pedir ao Pai Eterno
Pra que mande um bom inverno
Com chuvas pra região!!
Carlos Aires 12/04/2013