A TRAIÇÃO DE MARIA!!! (causo)

Publicado por: Carlos Aires
Data: 28/06/2011
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Créditos

AUTOR: CARLOS AIRES RECITADA POR: CARLOS AIRES FUNDO:MÚSICA XOTE DIFERENTE-ANTONINHO DUARTE-VIOLÃO SOLO
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A TRAIÇÃO DE MARIA!!! (causo)

A TRAIÇÃO DE MARIA!!! (causo)

Pelos caminhos da vida

Já fiz longa trajetória

E ainda fui educado

No tempo da palmatória

O caboclo ou aprendia

Ou senão o pau comia

Sem dó e nem compaixão

Quando o aluno errava

Ou ao menos gaguejava

No decorrer da lição

A professora malvada

Batia sem piedade

Sem que houvesse motivo

Pra tanta barbaridade

Era perversa e tirana

Mas tinha aluno sacana

Que ainda lhe provocava

Lá num cantinho escondido

Gritava seu apelido

Logo ela se envenenava

O nome da professora

Era dona Severina

Mulher alta bem esbelta

Dessa da canela fina

E do pescoço comprido

Ai de quem fosse atrevido

Cometendo a falta grave

Para ser pego de unha

Tratasse-a pela alcunha

Biuzinha Pendão de Agave

Ela ficava vermelha

Ia falar não podia

Andando dentro da classe

Só pra ver se descobria

Quem teve o atrevimento

Gritava eu arrebento

A cara desse safado

E pode até ser meu filho

Irá se ajoelhar no milho

Pra que seja castigado

Interrogava um por um

Da turma de sua sala

Diga-me se alguém ouviu

Ou reconheceu a fala

Aponte eu quero saber

Preciso me resolver

Passar a limpo a questão

Só vou-me sentir vingada

Rindo de cada palmada

Que darei em sua mão

Os alunos bem sabiam

Quem fez a tal presepada

Porém acharam por bem

Ficar de boca fechada

Diante dessa ocorrência

Se fizessem referência

Ao amigo presepeiro

Gerava algum reboliço

Ou até virava o feitiço

Por cima do feiticeiro

Será que não aparece

Sequer uma testemunha

Ficava a classe em silencio

Parece que nem supunha

Um culpado para o fato

E quem praticou o ato

Estava tranquilamente

De consciência refeita

Pra não levantar suspeita

Se fingindo de inocente

Porém para cada Cristo

Tem um Judas traidor

Aqui não é diferente

E até já dá pra supor

O que foi que aconteceu.

Maria de Zé de Abreu

Deu uma de inconfidente

Dedurando o acusado

Dizendo assim, o culpado

É Zeca de Seu Vicente

Eu vi quando ele falou

Ali de detrás da mesa

Não estou insinuando,

Pois tenho plena certeza

Foi na hora do recreio.

Nisso a professora veio

Com a fúria de um leão

E seu instinto ferino

Pra se vingar do menino

Que praticou a ação

Dizendo assim, seu infame

Menino mal educado

Vai receber um castigo

Só por ter me apelidado

Depois de dar-lhe uns conselhos

Deixarei-lhe de joelhos

Por quatro horas rezando

E olhando pra parede

Sofrendo com fome e sede

E eu aqui lhe vigiando

E você “Dona Maria”

Vou lhe castigar também

Que é pra que possa aprender

Não mais dedurar ninguém.

Tá certo tinha razão

Mas usou a traição

Num ato de covardia

Vai levar uma refrega

Por entregar o colega

E metê-lo numa fria

Portanto aquele que trai

Em busca de promoção

Deve ser considerado

Como um covarde, um vilão

Vive nas trevas, sem luz

E nessa historia o Jesus

Era Zeca certamente

A professora, Pilatos

E Maria com seus atos

Virou Judas tão somente!!!

Carlos Aires 27/06/2011

Carlos Aires
Enviado por Carlos Aires em 27/06/2011
Código do texto: T3060978
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