EXALTANDO O LUAR DO MEU SERTÃO!!!
Nas horas frias, serenas
Que o sol vai para o ocaso
Vêm as negritudes plenas
Da noite que por acaso
Não quer ficar tão escura
E em silencio murmura
Numa atitude sensata
Apelando a Deus no céu
Pra que rasgue o negro véu
Trazendo a lua de prata!!
Pra cobrir a pradaria
Com seus mantos luminosos
Aduzindo a poesia
Pra que os poetas saudosos
Nesses raios submersos
Possam declamar seus versos
Envoltos nesse primor
E ali louvem a devesa
Dos campos, e a natureza
Com todo seu esplendor!!
E também os namorados
Possam sentir os encantos
Desses lumes prateados
Nesses meios sacrossantos
Dos perfumados odores
Que exalados das flores
Num clima arrebatador
De maneiras bem seguras
Possam trocar suas juras
Lindas de um eterno amor!!
Com teu lençol reluzente
Ameniza a escuridão
E deixa mais atraente
As noites do meu sertão
Colinas montes baixios
As cachoeiras nos rios
Absorvem teu luar
Também as aves noturnas
Desentocam-se das furnas
E vêm te cumprimentar!!
O vento a zumbir nas matas
Balançando os palmeirais
Os morcegos acrobatas
De modos fenomenais
Dão vôos altos ou rasantes
E as baraúnas gigantes
Erguem-se na vastidão
Exibem-se a céu aberto
Pra ficarem bem mais perto
De te e do teu clarão!!
E nesse clima romântico
Lá num singelo ranchinho
Ouve-se da mamãe o cântico
Acalentando o filhinho
Que com o seu afeto terno
Deita-o no colo materno
Ante a pequena janela
Ajeita embala e aquece
Logo a criança adormece
Contemplando a lua bela!!
Mesmo os animais noturnos
Que cumprem sua rotina
Em momentos taciturnos
Contempla a lua divina
Olha pro céu, admira
Profundamente respira
Diante dessa evidência
E logo cria coragem
Pra seguir sua viagem
Buscando a subsistência!!
Portanto divina lua
Fiz-te essa exaltação
Imponente deusa nua
Que enaltece o sertão
És ditosa entre os casais
Que sempre se amam mais
Ao curtir teus esplendores
Sentem mais felicidades
Com essas afinidades
Vão ao êxtase dos amores!!
Carlos Aires 27/05/2011