JÁ FOI ASSIM MEU SERTÃO
HOJE ESTÁ TÃO DIFERENTE!!!
No sertão de antigamente
Tudo era tão diferente
Mesmo com seca e sol quente
Foi sempre bem habitado
Hoje olhando essas taperas
Fico a lembrar quem tu eras
Alimentando as quimeras
Ao recordar teu passado
Bolandeiras e moendas
Nos engenhos e fazendas
Também as antigas tendas
Tudo ficaram pra traz
Carro de bois, cata-vento
Parados sem movimento
Até o velho jumento
Por lá não se usa mais
Antigas vacas mestiças
Já não causam mais cobiças
Trocadas pelas suíças
Viraram meros folclores
Hoje pelo campo vasto
Delas não tem nem o rasto
Porque só se ver no pasto
A branquidão dos nelores
Os velhos aposentados
Que serviam de empregados
Hoje estão dispensados
Do seu antigo labor
Sem os empregos de outrora
Seus filhos foram embora
Pois nas fazendas agora
Só usam moto e trator
Aquele vaqueiro amável
Que era indispensável
Ora já é descartável
Por não servir mais de nada
Com o progresso influente
Ficou tudo diferente
É uma maquina potente
Que ordenha toda vacada
Pastos antes ressequidos
Foram substituídos
Tapetes enverdecidos
É quem cobre a região
Com investimento e planos
Os poços artesianos
Irrigam sem causar danos
As pastagens do sertão
Aquelas velhas estradas
Que em eras atrasadas
As tropas e as boiadas
Passavam todos os dias
Já não são como eram antes
Hoje carretas gigantes
Fazem viagens constantes
São modernas rodovias
Amo o sertão do passado
Porém estou conformado
Em vê-lo modificado
E digo sinceramente
Que sinto felicidade
Com tanta modernidade
Mais tenho muita saudade
Do velho sertão da gente!
Carlos Aires 28/10/2010