SÓ SE COLHE O QUE SE PLANTA!!!
Pratique sempre a bondade
Pra que isso lhe garanta
Pra toda eternidade
Uma vida farta e santa
Pois quem pratica esse ato
Tem retorno imediato
E assim será acolhido
Lá na sagrada mansão
Deus lhe estenderá a mão
E estará bem protegido
Não adianta riqueza
No plano celestial
Seja da plebe ou nobreza
Lá todo mundo é igual
Quando há o julgamento
Quem tiver merecimento
Consegue o eterno abrigo
Sem ter despesa nem custo
Pois Deus é bom, mas é justo
Separando o joio do trigo
E quem quiser garantir
Bom lugar nessa morada
É preciso conseguir
Em vida a paz almejada
Praticando a caridade
Preservando a humildade
Sendo bom de coração
Depois terá o consolo
Cada bom ato é um tijolo
Pra sagrada construção
Mas, tem quem não se dê conta
E age de modo jocoso
Às vezes fazendo afronta
A Deus todo poderoso
E de modos arrogantes
Tratando seus semelhantes
Com desprezo e aos revéis
Por ser nobre e ter riqueza
Quer colocar a pobreza
Bem abaixo dos seus pés
Foi isso que aconteceu
Com um rico fazendeiro
Sua fortuna cresceu
Fazenda, gado, dinheiro
Casas carros importados
Os bancos abarrotados
Com o dinheiro que tinha
Se esnobando e todo prosa
Pense numa alma sebosa
E numa mente daninha
Tratava cada empregado
De forma vil e imponente
Mesmo sendo dedicado
Honesto e eficiente
Com seus instintos malditos
Só ordenava aos gritos
Com desprezo e arrogância
Com orgulho e com desdém
Coisas que só faz quem tem
A mais bruta ignorância
Mas quem vive nesse mundo
Um dia terá seu fim
Pobre, rico, vagabundo
Seja honesto, bom ou ruim
Padre pastor desordeiro
Mesmo que tenha dinheiro
Ou seja, desabrigado
Esmoler, rei, soberano
Ao chegar ao outro plano
De certo será julgado
Com o nosso personagem
Também não foi diferente
Fez sua ultima viagem
Quando morreu de repente
Sem ficar vagando ao léu
Seguiu direto pro céu
Dando uma de oportunista
Quando bateu no portão
São Pedro disse, pois não
Vamos fazer a entrevista??
São Pedro disse o que fez
Para merecer a glória
Não interessa a vocês
Meu passado minha história
Mostre-me o meu aposento
É aquele apartamento
Ajardinado e tão belo
Se estiver desocupado
Ali daquele outro lado
Prefiro aquele castelo
O santo falou assim
Vou verificar na lista
Essa casa de jardim
É a do seu motorista
Ele falou empolgado
Daquela outra eu me agrado
Já tem morador ou não
Pedro disse é ocupada
Pertence a sua empregada
E o seu porteiro João
E assim foram andando
Na vila celestial
O fazendeiro aguardando
Seu lugar especial
Mas para seu desencanto
Lá em um fétido recanto
Encostado ao lixão
O santo disse lhe agrada?
Eis aí sua morada
É um rancho de papelão
Ele olhou para o santo
Com um olhar esquisito
E entre rancor e pranto
Disse assim, não acredito
Eu sendo milionário
Estou vendo funcionário
Meu aí bem arranchado
Gozando o maior conforto
Vou morar depois de morto
Nesse lugar acanhado??
Pedro disse ex à questão
Aqui a vida é real
E se faz a construção
Conforme o material
Que nos enviam em vida
Portanto sua guarida
Não vai passar dessa choça
Está colhendo o que plantou
Pois com o que nos mandou
Mal deu pra essa palhoça
Carlos Aires 08/05/2010