Leitura se incentiva desde cedo

Podemos até constatar que o terceiro milênio seja mesmo a era da imagem atrelada à informática – e que isso muda definitivamente o comportamento e as expectativas das novas gerações. No entanto, se queremos que os adultos do futuro sejam pessoas criativas, sensíveis e desembaraçadas, temos que oferecer bons livros às crianças. É possível até que inventem maneiras mais dinâmicas de se ler, ou criem livros com material mais resistente à ação do tempo, mas o que importa é fazer deles passaportes certos para um vôo que pode repercutir a vida inteira.

Antes do computador, da internet e mesmo da televisão e do videocassete terem ocupado grande parte do interesse de adultos e crianças, os livros representavam as melhores referências de descobrimento do mundo. Cabe aí nesta concepção de mundo, tanto o real em que estamos inseridos, quanto o imaginário, onde buscamos muitos dos modelos de vida a seguir. Nos livros estão impressos os pensamentos e sentimentos mais universais da humanidade, traduzidos em comédias, tragédias, romances, poemas.

Somos autores e personagens numa mistura tão homogênea que é difícil distinguir quem é quem. Claro que alguns abençoados terminam sendo os escolhidos para colocar no papel tudo aquilo que muitos somente pensaram ou desejaram. Quando acabamos de ler uma obra é como se tivéssemos vivido, de certo modo, tudo o que ela se propôs a abordar. Afinal, a aprendizagem pessoal e coletiva se dá, em grande parte, através da transmissão de conhecimentos.

Algumas crianças, sabe-se lá por qual motivo, têm uma forte tendência a gostar de ler, ainda que sejam criadas em ambientes pouco favoráveis a este hábito. Estas buscarão por si próprias os livros, desenvolvendo cada vez mais o contato com eles. No entanto, elas não são, infelizmente, a maioria. Daí a necessidade do incentivo dos adultos, seja na família, na escola, nas associações de bairro, nos ambientes de trabalho, na igreja.

É claro que este tipo de incentivo é sempre mais autêntico quando parte de pessoas que também gostam de ler. Neste caso a criança recebe bem mais do que livros; recebe uma injeção de ânimo (aquela mesma que costumamos dar quando indicamos, cheios de entusiasmo, um bom filme a alguém). De qualquer forma, mesmo não fazendo parte desse rol de aficionados por leitura, os adultos podem incentivá-la levando as crianças a bibliotecas e livrarias como um programa tão comum quanto levá-las ao parque, ao cinema ou à sorveteria. Também é possível variar na escolha dos presentes que se dá aos filhos, sobrinhos e afilhados. Por que não presenteá-los, vez em quando, com um livro, em vez de somente brinquedos e roupas?

Se acreditamos que a leitura deva ser incentivada desde muito cedo, devemos perceber que jornais e revistas são formatos interessantes para ajudar neste processo. Um bom leitor se torna facilmente um bom articulador de idéias, além de desenvolver mais facilidade para escrever e se expressar.

Roberto Darte
Enviado por Roberto Darte em 08/05/2008
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