" Ao Vencedor as Batatas "
Ao vencedor as Batatas, esta frase é o título de um livro de Machado de Assis de 1977, em uma aldeia cercada por altas montanhas, duas tribos disputavam as poucas batatas que por ali nasciam, tão poucas que mal davam para mantê-los vivos, e assim iam morrendo de inanição.
Para além da montanha havia planícies despovoadas e batatas em abundância. Repartir em paz as batatas entre as duas tribos seria a morte de todos, a destruição da vida por ali. A guerra entre as tribos seria a preservação da espécie, seria também a vitória dos mais fortes, a eles “as batatas” símbolo de vitória, de força e coragem para ultrapassar a montanha. Para a tribo vencedora aplausos, festas, recompensas públicas. Para os derrotados o ódio ou compaixão.
Se considerarmos esta metáfora válida para os dias de hoje dentro do âmbito familiar, ou social ou mesmo estendida às pátrias onde a guerra pelas batatas seguiu esta norma , também aqui se pode dizer “ao vencedor as batatas”. E vencer nestes países é usar as armas disponíveis no mercado, em todas as dimensões, físicas, virtuais, tudo que possa ser útil para a destruição do inimigo. Vencida a batalha, para os derrotados o manual excluiu a compaixão. Só ódio, não vão eles usar da compaixão para se levantar! O medo é o segredo, medo de se agrupar; medo de dizer em voz alta o que lhe vai na alma, a medo vão trabalhar, a medo saem à rua, não é mais sua, a medo se submetem a leis criadas para os esmagar.
Ah! Quem pode muda de lado, também aí já não conta mais honra, dignidade, altivez nada disso, confraternizam com o vencedor com largas Vênias, aplausos mil. Há vozes que se levantam, mas são só vozes mais nada. E para confirmar isso, essas vozes a tremer se expressam, e não tarda chega a farda para os levar para a prisão. Pobre Venezuela, Nicarágua e Cuba onde a extrema esquerda já não conta com voz alguma lhe fazendo oposição.
A Argentina conta hoje com Javier Milei a enfrentar a velha esquerda, que grita nas ruas, quem grita? São Os que viviam sem trabalhar à custa dos subsídios do governo. Milei deixa-os gritar, enquanto arruma um jeito de diminuir o desemprego, a falta de tanta coisa que o país necessita para voltar a ser a Argentina que já foi um dia.
“ Ao vencedor as Batatas” por enquanto é quem mais ordena. O tempo se encarregará de dizer : esquerda ou direita?
Qual dos dois chegou para ficar?
Lita Moniz