49 Anos Depois da Revolução de 25 de Abril de 1974
49 Anos Depois da Revolução de 25 de Abril de 1974
Dia vinte 25 de abril Portugal comemora 49 anos da Revolução dos Cravos.
Lembro da chegada de Marcelo Caetano ao Brasil, último primeiro ministro do anterior regime que escolheu este país para se refugiar. Chegava aqui com farta bagagem: muitos chapéus, ternos e outras coisas que há época eram notícia nos jornais. Em uma das primeiras entrevistas,. guardei isto que descortinei nos meus achados. Já há época isto nada me soou verdade.
“ Em poucas décadas estaremos reduzidos à indigência, ou seja, à caridade de outras nações, pelo que é ridículo continuar a falar de independência nacional, para uma Nação que estava a caminho de se transformar numa Suíça, o golpe de Estado foi o princípio do fim. Resta o Sol, o turismo e o servilismo de bandeja, a pobreza crônica e a emigração em massa”
“Veremos alçados ao Poder analfabetos, meninos mimados, escroques de toda a espécie que conhecemos de longa data. A maioria não servia para criados de quarto
E chegam a presidentes de Câmara, deputados, administradores, ministros e até presidentes da República”.
Lendo isto hoje há muitas considerações a fazer, quisera estar aí e ter mais acesso a tudo que Portugal viveu nestes 49 anos. Houve retrocessos sim, mas muitos mais avanços também. Para a imigração, realmente, e isto já vinha do tempo do Salazar, lembro que se dizia de boca a boca, só há uma saída: por terra ou por mar. E a revolução não brecou isto: quem fez neste aspecto a verdadeira revolução foram os países de acolhimento que reconheceram que chegava ali gente acostumada ao trabalho do campo, sem condição alguma, com vontade de ir além do que o ilustre Marcelo Caetano à época chamou de “ servilismo de bandeja”.
Mesmo assim hoje somos parte da mudança. Os que aí ficaram resistiram com vontade de mudar a situação. Atores sociais a dar o melhor de si. Veio a inserção no Mercado Comum Europeu, aí sim a mudança se mostrou: a moeda única, a princípio para alguns não tão bem- vinda assim, mas o tempo mostrou que era necessário para a concretização de muitos avanços sociais, investimentos em todas as áreas a pedir reformas, adequações ao momento histórico: transportes, vias ferroviárias, autoestradas, que antes parecia coisa de nunca acontecer por ali, se faziam em curto espaço de tempo. Tudo passava por melhorias, A vida no campo antes tão sofrida, é agora coisa linda de se ver, as máquinas chegaram e agora os nossos jovens são excelentes condutores dessas maravilhas. A agricultura prospera à vista de todos. A educação chegou a todos os cantos e recantos de Portugal. Agora nas mãos de professores mais conscientes, mais preparados para a missão. A saúde em Portugal está par a par com a saúde dos demais países europeus; a vida política, embora com um viés esquerdista, mas nada que ponha em risco a nação, é mesmo um Poder que se alterna: ora mais à direita, ora mais à esquerda, nunca extremista, ambos os lados têm alicerces seguros para fazer um governo bom, preocupado com o bem-estar da nação.
Portugal hoje é um país que respira paz e qualidade de vida: muitos imigrantes estão voltando, isso já de há muito vem acontecendo, voltar para casa depois de uma vida de trabalhos e canseiras que realmente resultaram num fim de vida melhor, junto da família ou mesmo em lares que se esforçam para que o idoso se sinta bem acolhido e assistido.
A juventude portuguesa recebe muitos incentivos e apoios: escolas de boa qualidade a acompanhar todas as etapas a serem vencidas até se tornar um adulto preparado para o mundo que o espera. Parabéns Portugal! A Revolução dos Cravos ainda não se esgotou, há muita coisa que pode melhorar mais ainda, segue a passos lentos mas firme no propósito de aprimorar a vida desta “ Nação Valente e imortal” .
Lita Moniz