O Coronavírus Veio Marcar o Fim do século XX
O Coronavírus Veio Marcar o Fim do século XX
O Brasil, dia 8/08/2020 passou a marca de 100.000 mortes por coronavírus.
Uma triste realidade, que a mídia brasileira apresentou com ênfase não só para o número,
mas analisando o que levou o país a atingir tão elevado alto índice de mortes por Covid-19.
Claro não faltaram críticas ao descaso do governo perante a pandemia; o modo como
o povo brasileiro se comportou e continua se comportando não levando a sério as normas
impostas pela ciência para evitar o contágio, a área da saúde, já precária, não conseguindo
fazer o que era preciso para salvar gente contaminada, enfim, muito se disse e muito mais
haverá a ser dito depois que alguma vacina segura, chegar por aqui.
No mundo inteiro não será diferente, quando esta tragédia passar cada país vai se
reestruturar a seu modo, assim como cada país enfrentou a pandemia dentro de parâmetros
próprios também. Mas há algo que já nos parece comum a todos: o covid-19 veio marcar
o fim do século XX. Falar em novo normal fica a impressão de que o velho normal ainda persiste aqui e ali, talvez o certo seria falar em outro normal.
Vou tentar aqui adequar à realidade do Brasil e do mundo em geral tendências apontadas
pela mídia para o mundo pós pandemia, mudanças profundas no modo de pensar, de viver
diante das necessidades mais urgentes, agora mais urgentes ainda.
O Covid- 19 chegou como acelerador de futuros. O século 20, uma época marcada pelo
desenvolvimento tecnológico trouxe muitos avanços,mas não conseguiu frear a corrupção que sempre caminhou lado a lado com o progresso emperrando reformas urgentes que a nação requeria: chega-se ao século 21 com milhões de famílias que nem sequer têm água e luz em casa, casas que não oferecem nenhuma possibilidade de vida digna, isto ficou muito evidente durante a pandemia: este altíssimo número de mortes por coronavírus, um dia se chegará à conclusão que não foi exatamente só o coronavírus, mas sim a falta de tudo, de médicos especialistas, de enfermeiros qualificados, escassez de respiradores, de remédios que podiam minimizar e conter efeitos danosos ao coração, pulmões e outros órgãos que este vírus vai danificando.
Uma triste realidade que o mundo quer deixar para trás, por isso que nem a palavra novo
normal cabe neste contexto, talvez “ outro normal” defina melhor o que o mundo está pedindo.
As crises obrigam as comunidades a se unirem mais como equipas nos bairros, nas cidades,
no campo, enfim, o fortalecimento de valores como solidariedade, empatia, busca por sustentabilidade, relações sociais, transformações nos campos da política, da economia, da relação do homem com o meio ambiente,
Sem dúvida haverá mudança de hábitos de consumo: consumir por consumir, ter o melhor
tênis, o melhor celular, a marca a comandar a tendência, talvez esta pandemia nos mostrou
que “menos é mais”bem- vindos ao século XXI, adeus consumismo.
Adeus à mentalidade cruel que associava o valor do indivíduo à capacidade de gerar
resultados entre eles o principal: aumentar o poder financeiro da empresa incentivando o
consumo, aumentando a produção, as vendas e os lucros. Quantas frustrações este modo
de pensar trouxe para tantas pessoas que na tal busca por resultados sacrificavam
a vida deles, da família, alguns chegavam ao suicídio. Adeus, isto não funciona mais.
Hoje faz-se necessário pensar mais no que realmente é essencial: valorizar pessoas
talentosas, confiáveis, colaboradores capazes de se adequarem com relativa facilidade
ao home Office que não é mais uma alternativa, é uma necessidade dos novos tempos.
A pandemia veio acelerar a instauração de novos hábitos entre eles cuidados com a saúde,
bem-estar, shows, espetáculos online, assistentes virtuais vão estar em alta.
A busca por novos conhecimentos; a educação à distância vão estar em alta também:
outra forma de ensinar, de aprender está se desenhando e chegou para ficar, embora agora
nos pareça um modelo que não inspira grandes perspectivas, mas o tempo dirá que
este é um bom caminho para atingirmos uma educação com muito mais qualidade.
Um modelo que exige professores mais capacitados, mais comprometidos com práticas
eficazes para a aquisição de conhecimentos atualizados, adequados ao mundo que
vai surgir depois da pandemia.
Um mundo que se espera mais solidário, com senso maior de comunidade de pertencimento.
Lita Moniz