O carro elétrico não é a solução
O carro elétrico não é nenhuma novidade! Em 1800, engenheiros automobilísticos da Hungria, da Holanda e dos Estados Unidos desenvolveram veículos movidos a bateria. Em 1891, Willian Morrison construiu o primeiro carro elétrico nos EUA. E em 1912, a produção global atingiu 30 mil unidades.
Hoje, muitas empresas mundo afora já estão produzindo carros elétricos em série. Alguns países estão prevendo substituir toda a frota em poucos anos. Em países com grande frota como China, Brasil e EUA o processo é mais demorado, sem falar na infraestrutura de eletro-postos. A produção de energia elétrica também precisa aumentar. E se a energia utilizada para o carregamento for a termoelétrica a economia e menos poluição serão em vão.
Tem muita gente defendendo o carro elétrico, com o argumento de uma economia em torno de 70% e comodidade de mais espaço no porta-malas. Mas não é bem assim! É preciso avaliar os contras. O carro elétrico custa mais do que o dobro de um carro a combustão devido o gasto na produção de baterias, que podem ser feitas de chumbo-ácido, níquel-hidreto, e as de lítio, que são mais usadas por serem mais leves e durarem mais. Mas o lítio é pouco abundante em reservas, e ainda é utilizado na produção de baterias de celulares e outros aparelhos, o que aumenta ainda mais o seu preço.
Um problema do carro elétrico é o peso da bateria que pode ocupar um terço do peso total. A Chevrolet está prestes a lançar no Brasil o Bolt EV com uma bateria de 435 kg, que precisa de nove horas para uma carga completa numa tomada de 240 volts, tempo este que pode incomodar o usuário. Outro problema é a durabilidade da bateria em até 10 anos que precisa ser comprovada. Governos de vários países oferecem subsídios fiscais para aquisição de carro elétrico, que no fim das contas são repassados ao consumidor. No Brasil, ainda, não há subsídios, e a venda de carros elétricos é quase inexistente.
No meu entender, ainda é cedo para se falar em substituição do carro a combustão pelo carro elétrico movido a bateria. Ainda falta o desenvolvimento de baterias menores e mais resistentes. Há estudos para a produção de lítio a partir de águas salinas. Há também estudos para a produção de gasolina sintética mais barata, o que deve prolongar a vida do carro a combustão. É bom lembrar que o álcool sinônimo de Brasil é uma fonte de energia renovável, e que pode substituir o carro elétrico. A tecnologia do carro híbrido movido a combustão e eletricidade não deve ser descartada. A verdade seja dita, o carro a combustão e o carro elétrico devem andar juntos por muito tempo ainda.
Goiânia – GO., 05-05-2019