Destino da Terra e Causas das misérias humanas.

DESTINO DA TERRA E CAUSAS DAS MISÉRIAS HUMANAS

Capitulo II do Evangelho segundo o espiritismo.

Admira-se de haver na Terra esse minúsculo grão de areia do Cosmo, tantas maldades e tantas paixões inferiores, tantas misérias e enfermidades de toda sorte, concluindo-se que miserável coisa é a espécie humana. Esse julgamento decorre de uma visão estreita, que dá uma falsa ideia do conjunto. É necessário considerar que toda a Humanidade não se encontra aqui, mas apenas uma pequena fração. Porque a espécie humana abrange todos os seres dotados de razão que povoam os inumeráveis mundos universais. Ora, o que seria a população da Terra diante da população total desses mundos? Bem menos que a de um lugarejo em relação à de uma grande império. A condição material e moral da Humanidade terrena nada tem, pois, de estranho, se levarmos em conta o destino da Terra e a natureza de sua população.

Faríamos uma ideia muito falsa da população de uma grande cidade se a julgássemos pelos moradores dos bairros mais pobres e sórdido. Num hospital só vemos doentes e estropiados; numa prisão vemos todas as torpezas, todos os vícios reunidos, nas regiões insalubres a maior parte dos habitantes são pálidos, fracos e doentes. Pois bem: consideremos a Terra como um arrabalde, um hospital, uma prisão, um pantanal, porque ela é tudo isso a um só tempo, e compreenderemos porque as suas aflições sobrepujam os prazeres. Porque não se enviam aos hospitais as pessoas sadias, nem às casas de correção os que não praticaram crimes, e nem hospitais, nem as prisões, são lugares de delícias.

Ora, da mesma maneira que numa cidade toda a população não se encontra nos hospitais ou nas prisões, assim a Humanidade inteira não se encontra nesse minúsculo grão de areia denominado como Terra. E como saímos do hospital quando estamos curados e da prisão quando cumprimos a pena, o homem sai da Terra para mundos mais felizes quando se acha curado de suas enfermidades morais.

A classificação de mundos inferiores e mundos superiores é antes relativa do que absoluta, pois um mundo é inferior ou superior em relação aos que se acham abaixo ou acima dele na escala progressiva.

Tomando a Terra como ponto de comparação pode-se fazer uma idia do estado de um mundo inferior, supondo os seus habitantes no grau evolutivo dos povos selvagens e das nações bárbaras que ainda se encontra em nosso planeta, como restos do seu estado primitivo. Nos mundos mais atrasados os homens são de certo modo rudimentares. Possuem a forma humana, mas sem nenhuma beleza; seus instintos não são temperados por nenhum sentimento de delicadeza ou benevolência, nem noções do justo ou do injusto; a força bruta é a sua única lei. Sem industrias, sem invenções, dedicam sua vida à conquista de alimentos. Não obstante, Deus não abandona nenhuma de suas criaturas. No fundo tenebrosos dessas inteligências encontra-se latente, a vaga intuição de um Ser Supremo, mais ou menos desenvolvida . Esse instinto é suficiente para que uns se tornem superiores aos outros, preparando-se para a eclosão de uma vida mais plena. Porque eles não são criaturas degradadas, mas crianças que crescem.

Entre esses graus inferiores e mais elevados, há inumeráveis degraus e entre os Espíritos puros desmaterializados e resplandecentes de gloria, é difícil reconhecer os que animaram seres primitivos, da mesma maneira que, no homem adulto, é difícil reconhecer o antigo embrião.

Anezio

ANEZIO
Enviado por ANEZIO em 19/07/2016
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