Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
Dia 10 de Junho, festeja-se dentro e fora de Portugal.
Um dia para comemorar o sentimento nacionalista e perpetuar na alma do povo português aquela aura de patriotismo que perpassa a obra de Luís Vaz de Camões.
Uma festa portuguesa a acontecer em Portugal e nas comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo afora. Filhos da diáspora de ontem e de hoje.
É também o dia da Língua Portuguesa e do cidadão nacional. Um feriado civil que os sucessivos governos mantêm dada a sua importância dentro de Portugal e fora dele.
No Brasil há muitas comemorações nas casas de Portugal, nos consulados, nas entidades ligadas à cultura portuguesa.
O ponto alto: a música portuguesa, o folclore, mais presente nas danças, nas comidas típicas, sim, o emigrante refaz, onde estiver, o cenário típico das festas das vilas, aldeias e cidades de Portugal, aquele ambiente onde se criou e que não quer deixar cair no esquecimento.
Por isso as Casas de Portugal são tão importantes para a vida em comunidade dos filhos da diáspora. Ali se reúnem nos finais de semana para descansar, saborear as iguarias da mesa portuguesa, até para se ajudarem uns aos outros.
Nestes convívios muitos se ajudam mutuamente, arrumando empregos, sugerindo saídas para as dificuldades que enfrentam.
Talvez seja o emigrante o português mais autêntico, aquele que preserva as raízes, cultua as tradições, preserva o modo de ser que caracterizava a ética e a moral portuguesa dos nossos ancestrais.
Os que não precisaram engrossar os rios de gente a sair à procura do que Portugal, até para os forçar a emigrar, lhes negava. Gente demais, o pais precisava livrar-se de uns tantos, era assim que o digníssimo Doutor Oliveira Salazar deixava escapar que pensava.
O certo é que o português que não precisou emigrar, procurou adaptar-se não só à realidade portuguesa como também às propostas culturais, político-sociais, econômicas e outras que chegaram junto com o ingresso na União Europeia (UE), e claro, também por sermos vizinhos de países progressistas da Europa.
Assim foi-se distanciando das raízes: aquilo lhe soa a passado, a coisa para ser esquecida.
Novos tempos, outras circunstâncias.
Voltar a Portugal, não é voltar às origens, é deparar-se com a mudança, é se sentir mais estrangeiro ali do que no país de acolhimento.
Nem, de portugueses somos chamados mais. Somos franceses, brasileiros, espanhóis e às vezes palermas a serem espoliados.
Esta é a verdade, como escritora não vou aqui fugir à verdade.
Até mesmo em homenagem a Camões, que amava Portugal como autêntico português que era, e isso o qualificava a falar verdades como as palavras do Velho do Restelo: vamos gastar as parcas reservas que temos em terras de além-mar, enquanto há gente aqui morrendo à fome, ao frio, com falta de tudo. Era mais ou menos isso, claro, expresso numa linguagem da mais alta e pura linhagem.
Comemorar o dia de Portugal tem então dois sentidos distintos: para o emigrante é mesmo cultuar as tradições, os usos e costumes que marcaram a sua infância, não deixar cair no esquecimento o mundo onde se criaram.
Para a população portuguesa que não emigrou significa avaliar avanços culturais, sociais, políticos, econômicos e outros. Apontar caminhos e soluções que tragam melhorias para a vida em Portugal.
Celebrar o dia da morte de Luís Vaz de Camões, é prestar homenagem ao nosso poeta maior da antiguidade clássica.
“Os Lusíadas” não só contam a história de um nobre povo, da alma desse povo: coragem, ousadia, nobreza de caráter, gosto pela aventura, passar o cabo Bojador é ir além da dor, enfim, um espírito inquieto que não mede esforços para conseguir os seus intentos.
É também celebrar uma obra que solidificou a Língua Portuguesa, tornou-a cristalina, um manual a ser seguido por todos aqueles que se doutoravam na arte de escrever. e continuam a se doutorar.
A partir do lançamento de “ Os Lusíadas “ 1572, a Língua Portuguesa se mostrava ali pronta, acabada, a essência estrutural da Língua Portuguesa estava definida.
Podem vir acordos ortográficos e outras modificações que a modernidade e a globalização exijam, mas os fundamentos da língua Portuguesa estão ali sacramentados em os “ Lusíadas “
Comemorar o dia das comunidades tem também dois significados. Em Portugal é um dia para lembrar dos que partiram, que embora longe, sempre se fazem presentes, a ajudar como podem os entes queridos que aí deixaram.
Nos países de acolhimento é um dia de festa a comemorar uma vida sofrida, contar as histórias da chegada, dos tempos de adaptação, falar dos fracassos e das vitórias por que não? Vidas marcadas pela dor dos que vão além do Cabo Bojador.
Lita Moniz
Dia 10 de Junho, festeja-se dentro e fora de Portugal.
Um dia para comemorar o sentimento nacionalista e perpetuar na alma do povo português aquela aura de patriotismo que perpassa a obra de Luís Vaz de Camões.
Uma festa portuguesa a acontecer em Portugal e nas comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo afora. Filhos da diáspora de ontem e de hoje.
É também o dia da Língua Portuguesa e do cidadão nacional. Um feriado civil que os sucessivos governos mantêm dada a sua importância dentro de Portugal e fora dele.
No Brasil há muitas comemorações nas casas de Portugal, nos consulados, nas entidades ligadas à cultura portuguesa.
O ponto alto: a música portuguesa, o folclore, mais presente nas danças, nas comidas típicas, sim, o emigrante refaz, onde estiver, o cenário típico das festas das vilas, aldeias e cidades de Portugal, aquele ambiente onde se criou e que não quer deixar cair no esquecimento.
Por isso as Casas de Portugal são tão importantes para a vida em comunidade dos filhos da diáspora. Ali se reúnem nos finais de semana para descansar, saborear as iguarias da mesa portuguesa, até para se ajudarem uns aos outros.
Nestes convívios muitos se ajudam mutuamente, arrumando empregos, sugerindo saídas para as dificuldades que enfrentam.
Talvez seja o emigrante o português mais autêntico, aquele que preserva as raízes, cultua as tradições, preserva o modo de ser que caracterizava a ética e a moral portuguesa dos nossos ancestrais.
Os que não precisaram engrossar os rios de gente a sair à procura do que Portugal, até para os forçar a emigrar, lhes negava. Gente demais, o pais precisava livrar-se de uns tantos, era assim que o digníssimo Doutor Oliveira Salazar deixava escapar que pensava.
O certo é que o português que não precisou emigrar, procurou adaptar-se não só à realidade portuguesa como também às propostas culturais, político-sociais, econômicas e outras que chegaram junto com o ingresso na União Europeia (UE), e claro, também por sermos vizinhos de países progressistas da Europa.
Assim foi-se distanciando das raízes: aquilo lhe soa a passado, a coisa para ser esquecida.
Novos tempos, outras circunstâncias.
Voltar a Portugal, não é voltar às origens, é deparar-se com a mudança, é se sentir mais estrangeiro ali do que no país de acolhimento.
Nem, de portugueses somos chamados mais. Somos franceses, brasileiros, espanhóis e às vezes palermas a serem espoliados.
Esta é a verdade, como escritora não vou aqui fugir à verdade.
Até mesmo em homenagem a Camões, que amava Portugal como autêntico português que era, e isso o qualificava a falar verdades como as palavras do Velho do Restelo: vamos gastar as parcas reservas que temos em terras de além-mar, enquanto há gente aqui morrendo à fome, ao frio, com falta de tudo. Era mais ou menos isso, claro, expresso numa linguagem da mais alta e pura linhagem.
Comemorar o dia de Portugal tem então dois sentidos distintos: para o emigrante é mesmo cultuar as tradições, os usos e costumes que marcaram a sua infância, não deixar cair no esquecimento o mundo onde se criaram.
Para a população portuguesa que não emigrou significa avaliar avanços culturais, sociais, políticos, econômicos e outros. Apontar caminhos e soluções que tragam melhorias para a vida em Portugal.
Celebrar o dia da morte de Luís Vaz de Camões, é prestar homenagem ao nosso poeta maior da antiguidade clássica.
“Os Lusíadas” não só contam a história de um nobre povo, da alma desse povo: coragem, ousadia, nobreza de caráter, gosto pela aventura, passar o cabo Bojador é ir além da dor, enfim, um espírito inquieto que não mede esforços para conseguir os seus intentos.
É também celebrar uma obra que solidificou a Língua Portuguesa, tornou-a cristalina, um manual a ser seguido por todos aqueles que se doutoravam na arte de escrever. e continuam a se doutorar.
A partir do lançamento de “ Os Lusíadas “ 1572, a Língua Portuguesa se mostrava ali pronta, acabada, a essência estrutural da Língua Portuguesa estava definida.
Podem vir acordos ortográficos e outras modificações que a modernidade e a globalização exijam, mas os fundamentos da língua Portuguesa estão ali sacramentados em os “ Lusíadas “
Comemorar o dia das comunidades tem também dois significados. Em Portugal é um dia para lembrar dos que partiram, que embora longe, sempre se fazem presentes, a ajudar como podem os entes queridos que aí deixaram.
Nos países de acolhimento é um dia de festa a comemorar uma vida sofrida, contar as histórias da chegada, dos tempos de adaptação, falar dos fracassos e das vitórias por que não? Vidas marcadas pela dor dos que vão além do Cabo Bojador.
Lita Moniz