Cansei-me, basta, quero ir para ubem distante... E embrenhar-me
Por esse caminho. Tendo como companhia o céu, as nuvens e a
A poeira da estrada, poetisa que sou, Iria dessa forma, a marcar
Os meus passos na terra desse chão, onde aspiro o cheiro do
Mato, do barro, o cheiro silvestre tão natural para mim, íncolas
Das fragas, que sou, desejo habitar, entee as matas, flores, vales e montes.

Espargir-me sobre as montanhas, ser levada pelas águas da chuva, renascer passarinho e lá no alto fazer o meu ninho, livre
Dos açoites da vida e dos laços dos passarinheiros. Não quero
Companhia, preciso ficar sozinha, prefiro a solidão do meu caminhar,
Passo a passo ao longo dessa estrada, por onde irei tentando dissipar
Essa dor que dilacerou o meu ser. Preciso aquietar em mim o meu
Coração e minha alma que clama por acalanto. Assim posso refletir
E silenciar-me, no entardecer desse dia, isenta das dores desse mundo.
Quero dormir nos braços da noite, está em harmonia com
Ela, embrulhar-me com o lençol da lua, sentindo o bálsamo de Deus
Curando-me de todas feridas que dilaceraram o meu coração nos
Momentos em que eu, vulnerável, sorria, brincava e acreditava nas
Pessoas, que estavam ao meu lado. As mesmas as deixei para trás
E esquecer-me-ei das tais, para que jamais lembre-me das dores e aflições, que foram tantas, para tão poucas querenças que já tive na vida...

                                          Kainha Brito