Medicina Alternativa

Medicina alternativa na Região de Barroso

A medicina alternativa na região de Barroso sempre esteve presente

na vida da nossa gente.

O clima, a vida tipicamente rural favorecia vida longa e saudável para seus habitantes.

Claro que doenças surgiam, o frio castigava o corpoe lá vinham as gripes, as doenças que afetavam as vias respiratórias e até os pulmões. Trabalhar a terra exigia esforços muitas vezes além do que o corpo podia aguentar.

Partos difíceis e tantas outras coisas a pedir médicos, especialistas, um posto de urgências. Mas nada disso existia. Um ou dois médicos particulares, e um povo sem dinheiro para se consultar com eles, triste realidade daquela gente sofrida.

Era a medicina popular o remédio que havia para aliviar o sofrimento de quem por ali nasceu.

Hoje muita coisa mudou: há um hospital que se esforça para atender da melhor forma possível os utentes que a ele recorrem.

A medicina alternativa não desapareceu, continua a caminhar junto. Não faltam chás para todo o mal, xaropes, licores, enfim, uma infinidade de ervas medicinais que a sabedoria popular foi armazenando ao longo da vida

daquela região.

Padre Fontes, um padre que acompanhou bem de perto o sofrimento daquela gente. Até para não deixar cair no esquecimento tanta dor, tanta agonia. Ou para transformar sofrimento em alegria, teve a feliz ideia de criar a sexta-feira treze, um culto que nos transporta para o mundo medieval. Uma festa popular que já ultrapassou as fronteiras de Portugal. ganhou caráter internacional,

Um dia em que as ruas de Montalegre se enchem de gente vinda do Portugal inteiro, Espanha, França e outros países da Europa.

Uma festa tipicamente medieval: toda a vila se veste com trajes medievais, bruxos, bruxas, toda a magia medieval a desfilar pelas principais ruas da vila.

As praças são palco de apresentações teatrais e musicais,

A música Celta a entoar por toda a vila de Montalegre.

O ponto alto da festa é em volta do castelo, outro mais medieval não há: Bruxas descem pelas paredes do castelo e saem voando em suas vassouras sobre a vila.

Um teatro ao ar livre. As peças ali apresentadas sempre remetendo à vida medieval, seja do povo, ou das Cortes ou de ambos.

O Padre Fontes Vestido a caráter, quase sempre de bruxo, esconjura, enquanto, prepara a queimada, todo o mal que ainda insiste em assombrar a vila.

A festa termina quando a queimada é servida de graça,

Uma mistura de ervas esconjuradas pelo padre exorcista.

A par deste evento acontece em Vilar Perdizes uma feira onde são vendidas ervas medicinais: os chás mais tradicionais da região, licores, xaropes, toda a tradição da medicina alternativa é ali colocada à venda . Oradores de qualidade, famosos, alguns mundialmente conhecidos, dão palestras, colocam temas relacionados ao bem-estar da saúde física e mental, em debate. Este evento já ganhou status de congresso. Como o Padre Fontes disse no último congresso, espera que o Congresso de Medicina Popular de Vilar de Perdizes continue. Que haja um empenho crescente da parte da autarquia, da junta da freguesia, das associações e da população de Vilar de Perdizes.

Segundo Padre Fontes um momento favorável para vender produtos da terra, bem no momento da colheita dos mesmos.

Para além da medicina popular. O mel sempre esteve presente nas mesas do nosso povo.

O mel produzido nas encostas das serras onde as florações da urze, sargaço, sangorinho, carvalho, amoreiras e outras espécies de vegetais de Barroso oferecem um mel de excelente qualidade com várias propriedades medicinais. O Mel do Larouco, assim chamado por ser produzido nas encostas da serra do Larouco, está presente nas feiras gastronômicas e da

medicina alternativa de Barroso, além de ser um alimento de alto valor nutritivo, são por demais conhecidas as propriedades terapêuticas deste santo remédio.

Graças ao Sr. Carvalho de Moura, que entre outras atividades, uma delas é o diretor do Notícias de Barroso,

Um homem de visão, que percebeu que não se podia deixar de lado a apicultura.

Uma atividade, que também tem lá seus espinhos, e muitas recompensas. O mel foi por muito anos o rebuçado das crianças, o doce que a mãe tinha para oferecer aos seus filhos, o mel misturado ao leite ia adoçando a vida daquela gente sofrida.

Lita Moniz

( em São Paulo )