Aquela menina

Uma linda menina nascera naquele interior, aquela menina era bonita, tinha cintura bem feita, pernas grossas, sinal de beleza e sorriso espontâneo e sempre presente. Cor branca, pele rosada, queimada do sol do sertão. Cabelos cacheados cor de mel, olhos esverdeados e uma inocência aflorada. Era tão ingênua e não percebia que já despertava ciumes em certas mulheres e que às mesmas não a tratavam bem. Mas sua vida era admirar as borboletas, os pássaros, amar a natureza, subir em árvores e mergulhar nos açudes e igarapés. Sem se dar conta de que já despertava nos homens algo a mais. Aquele mundo era encantado aos seus olhos, a vida era um encanto de beleza. E aquela menina corria descalça pelos campos e brincava com tudo que achava pela frente. Abria os braços em suas corridas pelos matagais, sorria ao sentir o vento tocar o seu rosto. Gostava de se exibir em cima da mesa dançando e fazendo gestos de quem era importante. Ah! Aquela menina, ela pressentia mistérios e prenúncios, parecia ver além... Só não percebia o quanto era ingênua e essa foi a sua condenação... Aquela menina foi tantas vezes machucada, sangrou tantas vezes o seu coração, foi assediada, caluniada, perseguida e armadilhas certeiras lhe atingiram tão profundamente. Pobre menina alegre. Agora em lágrimas se derramava. Ela cresceu e levada pelo pai, ela então se mudou para longe das suas raízes e numa cidade distante ela foi morar. E isso, já era o bastante para lhe doer a alma. E quão grande foi à sua surpresa, pois na cidade, tudo era estranho todo mundo distante e o sofrimento aumentou, Ela não conhecia nada, nunca tinha visto luz elétrica, nem televisão e logo aparecera, alguém que por ela se interessou e não demorou muito ela se casou. E sofrera noites e noites sozinha em casa, à espera do esposo que curtia sua vida pelas ruas da cidade. E ainda a agredia física e verbalmente. Àquela menina, fui eu. E ela ainda é em mim. E pra sempre será. Com a mesma pureza e inocência dos meus tempos primeiros... Pois de inocência e pureza foi feita à minha essência... Quanto às feridas estão cicatrizadas, o bálsamo de Deus as curou. E minha alma agora recebe a graça e o jubilo, da unção do meu Senhor... Deus me trouxe ao mundo e ao meu lado ele sem

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Kainha Brito

Kainha Brito
Enviado por Kainha Brito em 09/03/2013
Reeditado em 07/02/2016
Código do texto: T4179554
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