AMAR PELO PRAZER DE AMAR

AMAR É ALGO NATURAL. NÃO PRECISA FAZER FORÇA. É UMA NECESSIDADE HUMANA.

Amar é prazeroso. É divertido. É gostoso.

Há que sentir a leveza do amor.

Há que sentir prazer em amar.

É por isso que se ama uma pessoa, pelo prazer que o amor proporciona.

O amor é, em primeiro lugar, um patrimônio pessoal de quem ama, só depois será patrimônio do ser amado. Amar é algo que é gostoso lá, mas é mais gostoso cá. É por isso que Jesus diz que é melhor dar do que receber.

Amar é algo natural.

Não precisa fazer força.

É uma necessidade humana.

Quando alguém se apaixona, o amor borbulha nas entranhas do apaixonado. Muitas vezes o objeto da paixão nem sequer sabe que é amado, mas isso não impede que o apaixonado se derreta todo.

Quando pensamos que estamos amando demais, amamos de menos e quando pensamos que somos um desastre na arte de amar, é sinal de que o amor está sendo derramado em catadupas e os nossos rios interiores estão fluindo com abundância.

É o paradoxo dos contraditórios.

AMAR E SER AMADO

Eu não conseguirei receber o amor que me é oferecido se meu coração estiver bloqueado para a entrada dos sentimentos de outras pessoas em relação a mim.

Quando não me disponho a abrir mão de mim mesmo e me dar, não consigo amar. Se não consigo amar sem também doar-me, também não consigo receber o amor que eu tanto desejo e preciso. Se eu não consigo receber o amor que alguém direciona a mim não sou tocado em minha sensibilidade frustrando aquele que me devota o seu amor e o amor que é dirigido a mim não consegue me alcançar.

Se uma pessoa deseja um relacionamento de qualidade, é necessário romper com a dureza de um coração que não conhece o princípio do dar sem nada exigir e desenvolver uma visão de relacionamento onde a prática do princípio de se doar é um investimento em si mesmo.

O amor verdadeiro é a chave para se alcançar um coração altruísta. A única via de acesso ao caminho que vai conduzir alguém a conseguir atingir este nível é a prática do amor verdadeiro.

Temos aqui um impasse.

Como praticar o amor verdadeiro na ausência de um coração altruísta? Lembre-se, ninguém possui esta ferramenta sem antes passar pelo calvário de Cristo e mesmo depois disso ainda temos que desenvolver o caráter de Cristo em nós. É preciso entender também que o amor verdadeiro não existe de forma natural no coração humano, trata-se de um dom recebido proveniente de uma relação pessoal com Deus.

Entramos no Reino de Deus com todas as nossas falhas por meio de uma decisão pessoal de aceitar a graciosa proposta de Jesus Cristo de nos salvar da condenação que veio sobre nós como conseqüência do nosso pecado. Feito isso, o Senhor cuidará de derramar sobre nós a sua misericórdia dando-nos do seu amor (Rm 5.5) para que o possuamos como uma ferramenta para ser usada em nosso próprio benefício e o compartilhemos com aqueles que nos cercam. Há um ensino bíblico que diz: Aquele que quiser seguir após mim, negue-se a si mesmo... E, melhor é dar do que receber...

O conhecimento do princípio bíblico do “dar” funciona como uma rota de escape para sairmos da dependência da egocentricidade. Deus nos concede o entendimento de que a prática do amor nos leva a ter um coração compadecido e dado como foi o de Jesus que ensinou a todo mundo este princípio: Se nos doamos, a vantagem é nossa.

Veja só este versículo da Bíblia:

(Lucas 6:38) - Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão a vós.

(João 10:17) - Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la.

(João 10:18) - Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai.

(Isaías 53:11) - Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si.

A Bíblia é o livro do Cristão e é de lá que tiramos os princípios de vida e o doar-se é um princípio que nos leva a entender que sempre recebemos mais do que conseguimos dar. Este é também o motivo pelo qual Jesus afirma que o despojamento de uma pessoa que dá de si alguma coisa é proveniente de uma espécie de poder. Disse que tinha "poder" para dar sua vida e parece que este mesmo "poder" dava a Ele a autoridade para retomar aquilo que antes tinha dado, como se fosse uma restituição. Devemos nos lembrar, porém, que Jesus morreu em fraqueza de carne humana e ressuscitou em um corpo glorificado. Morreu como ser humano comum que era e ressuscitou tomado pela divindade que lhe era inerente sendo-lhe totalmente restituída a Glória que antes tinha com o Pai, acrescido de um Nome que é sobre todo nome conquistado em razão da obra realizada.

Um coração que não sabe doar-se também não sabe receber e ficará insatisfeito e insaciável sempre.

O ato de receber sem o necessário entendimento do que é o ato do dar, gerará uma ansiosa disposição por receber mais e mais e o produto recebido, por maior que seja em quantidade, sempre será em volume menor do que se deseja, assim, continuamos insatisfeitos e pobres segundo a pobreza de um coração sempre ansioso por receber. Esta é a celebração da egocentricidade.

O coração que aprendeu o princípio do ato do dar é um coração saciado, satisfeito. Em função dessa saciedade nunca anseia por receber e quando recebe sempre terá a impressão que recebeu mais do que precisava enquanto acha que poderia ter feito muito mais.

Quem aprendeu a se doar não se preocupa em receber, mas, apesar disso está sempre recebendo em abundância tal que sempre haverá um excedente, então transfere e de novo recebe e transfere e... É assim que Deuteronômio 28 ensina:

(Deuteronômio 28:8) - O SENHOR mandará que a bênção esteja contigo nos teus celeiros, e em tudo o que puseres a tua mão; e te abençoará na terra que te der o SENHOR teu Deus. Quando o Senhor Jesus ordena: “Dai e ser-vos-á dado...” Ele se referia ao princípio aprendido em Dt 28:8. É um mandamento com promessa.

Todo aquele que assume este estilo de vida sempre achará que recebeu algo imerecido, pois nada fez com a intenção de ser recompensado. Quem não espera recompensa pelo que faz não se achará merecedor de nada, por isso se alegra quando recebe alguma coisa. O que recebeu não será considerado como se fosse uma recompensa pelo que fez. Aquilo que recebeu se torna um presente, e se sentirá grato e satisfeito pelo carinho demonstrado. Ainda que seja pouco, o que recebeu será muito mais do que que precisa pois se satisfaz muito mais em dar.

Saber receber da maneira correta também é uma conquista. Dt 28.8.

Este raciocínio aborda o campo das relações afetivas tanto fraternais quanto matrimoniais. Não estamos considerando aqui o campo profissional onde alguém é remunerado de acordo com o produto do seu trabalho. É claro que, por estensão, se aplica ali também, devido ao fato de que a fidelidade e o altruísmo são elementos de altíssimo teor em termos de valorização humana, conduzindo aquele que assim age, a conquistas profissionais de grande significado. Qual patrão não gostaria de ter em sua empresa, no quadro de profissionais de sua maior confiança, elementos portadores dessas qualidades?