COMO TER O TUDO DE DEUS
“EU SÓ TEREI TUDO DE DEUS QUANDO...”
Luís Vaz de Camões diz:
"O amor é um, não pode ser partido."
Não podemos fracionar o amor.
O amor sempre será inteiro. Não conseguiremos dividi-lo e/ou oferecer frações dele a alguém.
Quando eu decido por amar alguém, tenho que oferecer-lhe o meu amor por inteiro para que o amor da pessoa escolhida, venha por inteiro também pra mim.
Se eu retiver parte do amor eu o reterei por inteiro e o que for oferecido em seu lugar não será amor de verdade.
Não existe possibilidade de se liberar amor aos poucos.
O amor é uma decisão de dar, de se doar.
Como pessoa não posso ser fracionado. Não posso ceder parte de mim para quem quer que seja. O homem que quiser a mão de uma mulher em casamento terá que levar todo o seu corpo junto. Por este mesmo motivo Deus requer exclusividade na nossa adoração. Não há como adorar sem fazer uma entrega total àquele que recebe a nossa adoração. Em Mc 12.30-31 há uma ordem para amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo com a mesma qualidade de amor com que amamos a Deus.
Observa o que disse Jesus no versículo citado: "Amarás pois o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força".
Quando amamos não amamos por quantidade, mas por qualidade. Ou se ama ou não se ama. Ao chegar a semelhante raciocínio descobrimos que temos sido medíocres na nossa capacidade de amar.
O grande paradoxo disso é que quando achamos que amamos demais, em verdade amamos de menos e quando estamos frustrados por não estarmos conseguindo amar na "medida" adequada então o amor está sendo liberado da forma correta porque não amamos por quantidade e sim por qualidade. As passagens bíblicas de Romanos 5.5 e Primeira Carta de João 4.11, 21 se referem ao amor divino que foi derramado em nossos corações pelo Espírito de Deus.
Certa ocasião ouvi um pregador perguntar à Igreja como é que se poderia ter tudo de Deus. Uma jovem dentre os ouvintes, inspirada pelo Espírito Santo, respondeu:
“Eu só terei tudo de Deus quando Deus tiver tudo de mim!”
Este é um princípio e princípios são imutáveis.
Esse princípio vale também nas relações interpessoais. Em tese, a quantidade que eu der de mim para alguém corresponderá sempre à mesma quantidade que eu terei desse alguém pra mim. Eu peso as pessoas de acordo com o fiel da minha própria balança. O produto que estiver em um de seus pratos estará na mesma proporção no outro prato, da mesma maneira são também as portas de entrada da minha vida.
Estas portas estão reguladas e programadas para receber somente a quantidade correspondente ao meu nível de entrega e não ao tudo que a pessoa deseja liberar para mim.
Deus não retém nada de si para consigo mesmo. Ele sempre liberará o seu tudo. O que impede o fluir de Deus em minha direção e me alcançar são as fortalezas instaladas dentro de mim.
Essas fortalezas são representadas pelos medos, decepções, ressentimentos, traumas, etc. ( II Co. 10:4)
As restrições a que eu próprio me imponho pelos meus medos, decepções e traumas me limitam e restringem proporcionalmente o volume daquilo que consegue adentrar às minhas entranhas, proveniente daqueles que querem me dar o seu tudo. O tudo daquele que se entrega a mim não chegará a mim visto que eu não estou aberto para receber o seu tudo senão a pequena porção que consegue me adentrar.
Se eu não recebo o tudo que preciso receber do outro, não vou conseguir me satisfazer com o pouco que consigo receber, mas o pouco que recebo é o resultado do pouco que consigo liberar.
Eu não receberei o tudo que preciso se não der o meu tudo também. As minhas portas têm que estar escancaradas para doar-me sem reservas e só assim estarão preparadas para receber o tudo que necessito. Quando me dou nesse nível, sou curado. A minha cura é proporcional ao meu nível de entrega.
A ALEGRIA NÃO ESTÁ CONCENTRADA NO ATO DE RECEBER SENÃO NO ATO DE DAR..
O ensino bíblico sobre o dom de receber se reporta ao dom de doar. Se alguém não compreende o que é doar-se terá dificuldade de compreender o que é receber.
Quem sabe o que é doar nunca correrá atrás do receber porque o receber não é a sua busca, mas a bênção da restituição o seguirá por onde andar. Deuteronômio 28:2.
Só o amor verdadeiro corresponderá ao tudo que precisamos liberar e ao tudo que precisamos receber. Só o amor verdadeiro satisfaz porque é completo.
Nos nossos relacionamentos, instintivamente nos retemos na questão do dar por receio de que a pessoa que recebe de nós não consiga dar o retorno que esperamos dela, porém precisamos entender que o outro não pode abrir seu coração se o nosso coração estiver com restrição quando lhe damos o que quer que seja.
A Bíblia afirma que se alguém tem medo, nele não está aperfeiçoado o verdadeiro amor (I Jo. 4.18). Quem tem medo de confiar no ser amado não está pronto para receber o amor que necessita, não está pronto para amar a ninguém de verdade e terá dificuldade para se relacionar com quem quer que seja, principalmente com Deus. I João 4:20.