SECUNDA CARTA SERÍSSIMA AO MINISTRO DA PESCA SENADOR MARCELO CRIVELLA , ACERCA DOS PESCADORES DO CEARÁ A GRANDE MARACUTÁIA.
SECUNDA CARTA SERÍSSIMA AO MINISTRO DA PESCA
SENADOR MARCELO CRIVELLA , ACERCA DOS PESCADORES DO CEARÁ
A GRANDE MARACUTÁIA.
sspóvoa
Estes acontecidos e do qual fiz parte, lá pelos idos de 2007, mas que já vinham acontecendo há muitos anos, revelam os maiores absurdos e possíveis maracutaias, tem como único objetivo levar ao Senador e bispo Crivella para que, em sendo homem religioso e que grandes serviços tem prestado ao Nordeste do Brasil, quem sabe, agora poderá tomar atitudes legais e administrativas acerta do que se contará agora e o faço como ex-presidente da Associação dos Pescadores da Praia de Quixaba, município de Aracati, no litoral leste do Ceará ,enolvendo as praias de Icapui, Beberibe, Fortim, Majorlandia,Canoa Quebrada e todas as outras da mesma área.
Saiba, Excelentíssimo Ministro da Pesca que, naqueles anos de 207 para trás e para a frente, não tinha um pescador, uma família sequer de pescadores que não estivessem privados de crédito, comprometidos com o Banco do Nordeste. Todos deviam quantias e valores que jamais tinham visto e que jamais chegariam a alcançar.
Veja, Sr Ministro da Pesca, a generosidade do Banco do Nordeste , na concessão de financiamentos para cidadãos ou grupos familiares cujos patrimônios não passavam de uma jangada e algumas redes de pesca.
Acontece que, sem ninguém explicar porque, agentes do banco e proprietários de um estaleiro, em Pernambuco, no Recife, através das Associações de Pescadores, abriu generoso crédito para a compra de navios ou barcos de pesca, devidamente armados( com equipamentos. Seriam navios de 25 metros, de casco de fibra de vidro, etc. etc.Bastava que o pescador ou os grupos familiares, assinassem a proposta e o contrato de compra que o Banco do Nordeste(BNDS) e os barcos lhe seriam entregues nas suas respectivas praias.
O pagamento seria feito com o produto da pesca. Prometeram e construíram algumas fábricas de gelo com camaras frigoríficas, para receber o pescado.
Foi alegria geral. Sonhos de melhoria de vida para todo aquele povo, que se alegrava com a generosidade do banco e a facilidade do crédito, valores respeitáveis, pois tratava-se de um navio de fibra de vida com todas as redes, camaras frias e todo o mais necessário.
Bem, nobre Ministro, nos quatro anos em que estive lá, ao que se comentava, APENAS UM BARCO FOI ENTREGUE PELO ESTALEIRO FABRICANTE, na praia de Fortim. Outros receberam algum material de pesca, tal como redes,e outras coisas menores.
Ninguém sabia do estaleiro nem dos seus barcos. Nunca foram entregues, mas a cobrança do financiamento foi incisiva e constante. Atendi a uma família que receberá, naqueles dias, uma cobrança e ameaça de execução em quantia superior a 300 mil reais . Nessa família, a mãe e esposa do pescador, entraram em estado de choque, desesperadas, pois sequer podiam imaginar o valor daquela dívida.Porém ninguém entendia o que estava acontecendo, pois eles apenas assinaram papéis e o banco fez o pagamento diretor para os fabricantes dos barcos que nunca foram entregues.
Como advogado e Presidente da Associação dos Pescadores, fui ao Recife para um entendimento dos fabricantes dos barcos, barcos fantasmas, eu diria. Em chegando lá encontrei, numa periferia da capital do Pernambuco, um galpão de tábuas e telhado de zinco, com alguns entulhos espalhados pelo terreno, sem qualquer vestígio de que ali foram um estaleiro para a produção de embarcações.
Vizinhos e algumas autoridades informaram que ali tiveram uma oficina de fundo de quintal, de propriedade de uma senhora, e via-se logo que não existira uma empresa de verdade, com capacidade para fechar negócios daquela monta e envergadura com um banco oficial, do Governo Federal.
Estava clara a maracutaia e com a participação de muita gente pois, todos sabem, que banco nenhum paga uma mercadoria antes que ela seja entregue, vistoriada e confirmada a sua qualidade.
Foi uma vergonha, mas o banco quer receber dos pescadores pelos navios que nunca lhes foram entregues.
Quanto às camaras frigoríficas, foi construída uma em Majorlandia, que cheguei a ver todo o maquinário montado a céu aberto sendo corroído pela maresia. A de Quixaba foi montada num
Predio da Associação de Pescadores, funcionou um mês, parou, e foi vendida e tudo se acabou. So não acabou a dívida dos pescadores por uma mercadoria ,navios de pesca, que nunca receberam e nunca chegaram a ver.
Então, Senhor Ministro da Pesca, está na hora do Senhor Senador e bispo evangélico, mexer nessa panela tão estranha.
Afirmo ao Senhor Ministro que, denunciei esse fato , em um congresso com autoridades da então Secretaria da Pesca, recém criada pelo Presidente Lula, lá em Fortaleza, no auditório da Federação das Indústrias, mas não se deram ao trabalho de sequer me convocarem para falar sobre o assunto.
É ou era tabu lá no Ceará.