Investimento com retorno certo
Numa época em que os recursos e meios de divulgação atingiram um alcance inimaginável, há muitos empresários que ainda desconhecem o real valor de se investirem publicidade. Emcidades do interior esta é uma afirmação fácil de ser comprovada.
Em Viçosa, por exemplo, qualquer pesquisa sobre o assunto chegaria facilmente a essa conclusão e constataria que não mais do que 20% dos comerciantes trabalham com algum planejamento anual que inclua verba publicitária para o período. Alguns chegam ao ponto de dizer que propaganda é gasto sem retorno ou então uma forma simpática de “ajudar” os meios de comunicação para conseguir algum espaço na mídia.
Esse é, no mínimo, um pensamento ingênuo que expressa um total desconhecimento sobre um assunto que é vital para qualquer empresa, seja ela de que porte for. Até aquela vendinha de secos e molhados do bairro mais humilde pode se tornar evidente se seu marketing for bem trabalhado.
Certa vez, em uma palestra, um conceituado consultor de marketing contou uma história curiosa sobre o poder da propaganda. Era uma vez uma loja abandonada numa rua onde já não passava ninguém, com produtos espalhados pelo chão, ambiente escuro, placas de gesso caindo do teto, teias de aranha nas paredes e cartazes com as letras já apagadas. Noutros tempos aquela tinha sido uma grande empresa, com festa de inauguração de encher os olhos. A única explicação que se tinha para tamanha ruína, que já havia afetado todo o quarteirão, era um vírus desconhecido que contaminou tudo de cinza e apatia.
Tudo parecia sem solução até que um dia apareceu um homem que, para espanto de todos, comprou aquele ponto. Ele chegou dizendo cheio de entusiasmo que aquele era um dos melhores locais da cidade. Constatou a existência do tal vírus e disse que ele era realmente terrível; que em alguns casos matava aos poucos e noutros era fulminante.
À medida que entrava em sua loja e falava aos curiosos que queriam ver de perto o que consideravam um suicídio comercial, o novo proprietário abria todas as janelas para que o lugar recebesse os raios do sol e uma brisa agradável. Ele recolheu às prateleiras as mercadorias espalhadas, limpou o piso, acendeu as luzes, colocou uma música num velho som que estava atrás do balcão e convidou a todos para entrarem. O homem tirou de sua pasta alguns folders com os novos produtos que seriam vendidos e distribuiu entre os presentes, dizendo sorridente que eles eram bem vindos e que o vírus não mais teria lugar ali.
Essa é uma história com final feliz, mas não porque o palestrante quis enfatizar apenas o que lhe interessava. É porque ela é bem coerente, com uma lógica tão simples que não dá para acreditar como ainda passa despercebida para tantos empresários. Quantos comerciantes, alegando falta de dinheiro e se esquecendo do fator criatividade, deixam seus estabelecimentos apagados para o consumidor? Este, sim, talvez seja o que mais tenha evoluído no sentido de exigir qualidade em todos os aspectos.
O cliente é o ponto de partida e chegada para qualquer tipo de comércio, e é a partir deste princípio que um empresário deve se nortear. O medo de se investir em imagem pode ser, na verdade, uma falta de coragem para apostar em saídas que podem fazer a diferença. O sol nasceu para todos.