Minha vida de plebéia
Quando eu era muito pequena, ainda na barriga de minha não pensava em absolutamente nada, não que eu me lembre!
Mas quando me deram aquele famoso puxão para este mundo tão cheio de dificuldades já me tornei cabreira, pois lá na barriga de minha mãe eu só me alimentava do que ela se alimentava e quando não estava treinando meus chutinhos eu dormia, minha realidade era a de um ser em formação.
Então né!
Como tinha falado antes vim ao mundo para fazer parte de uma família numerosa e numa situação de pobreza extrema, ou seja, hoje já sei que vivíamos abaixo da linha da pobreza, pois meu pai era bóia-fria e minha mãe não podia se ausentar de casa, comigo já eram 6 filhos
É! Depois vieram mais quatro irmãos um morreu de tétano devido a precarização da sistema de saúde da época por causa de uma unha machucada meu irmão faleceu com apenas 2 anos e meio. Depois disso e em meio a tantas dificuldades, sentia a falta de proteção por meio dos estados e municípios, mas eu nem sabia que existiam leis, que existiam constituições onde eram assegurados por lei os direito a saúde, assistência social e direito a educação , o famoso tripé da seguridade social , mas este fato só se deu após a constituição de 1988 que é considerada a constituição cidadã , bom mas não vamos entrar em detalhes pois a tarefa é falar da minha vida. Então me criei em meio a um milhão de dificuldades e sem a devida proteção do estado, aos oito anos já estava ganhando meus primeiros cruzados nada mau para uma garota de 8 anos que tinha uma rotina bem interessante para a época, pela manha trabalhava e recebia uma educação a nível de colégio de freiras a tarde ia para a escola onde me sentia diferente e a mais feia de todas, por ser muito magra e bem maior do que as outras meninas me sentia diferente por causa dos meus cabelos crespo, hum não eram crespos os meninos chamavam de cabelo de bombril, eu não tentei me matar por isso mas aprendi a me defender muito antes do que podia imaginar, como vocês podem perceber a minha vida e a de todas as pessoas vão se construindo através da vivencia com os demais , isso hoje eu sei que se chama socialização, confesso eu não era muito sociável, meu lema era mexeu no leu o pau comeu.
Os anos foram se passando e apesar das dificuldades a medida que íamos saindo para o trabalho e retornando com dinheiro para compor a renda familiar nossas vidas foi ganhando uma outra tonalidade, e fomos colorindo ela com cores mais suaves sem extravagâncias, o artesanato começou a ser desenvolvido em mim antes mesmo de nascer pois meus ancestrais já tinha este histórico daí com um pouco de dedicação fui aprendendo de tudo um pouco, nunca abandonei os estudos , por falta de grana cursei dois segundo graus o que não acrescentou muito a minha renda, quando as coisas se acalmaram em minha vida percebi que já ia fazer 40 anos e que não havia me garantido para uma futura velhice, resolvi pedir ajuda e começar a estudar. E já estou quase terminando o curso de serviço social isso com muito esforço e abrindo mão da minha vida social totalmente, pois o que ganho não cobre todos os gatos que eu tenho.
Mas tenho uma vida tranqüila eu não lamento por não ser herdeira de uma fazenda, antes disso eu agradeço por ser conformada com o que tenho e saber administrar cada centavinho que recebo, não pense que eu estou trabalhando de favor eu prestei um concurso e passei, não pense que entrei na faculdade porque eu podia e meu pai me financiou entrei porque eu queria fazer a diferença não para ninguém, mas provar para mim mesma de quando traçamos metas em nossas vidas tudo é possível, só não sabia que teria que abrir mão de tantas coisas. Aposto que vocês não sabem que eu sou escritora, é e das boas já estou no meu 5 livro, se ganhei dinheiro com isso , não ainda não , porque milhões de brasileiros não sabem ler outro milhão acham besteira, outro milhão não ta nem ai para um amontoado de palavras , quantas coisas bestas escritas, porem eu sou apaixonada pela escrita, mas eu não posso sobreviver desta profissão. Porque que não saio falando por ai dos meus dotes, porque as pessoas com quem eu convivo ou convivia porque hoje muitas delas já se afastaram não dão valores para essas coisas. Se isso me chateia, me chateia sim é como você acabar de fazer seu macramé acreditando que é a coisa mais linda e interessante do mundo e o seu amigo pegar na mão e ignorar achando que é um pano de limpar chão. A magoa é a mesma, mas como não nascemos prontos, vamos nos modelando dia a dia tudo isso um dia pode ser mudado se nossos filhos tiverem uma educação melhor do que as que os nossos amigos tiveram, do que as que os nossos pais tiveram, do que as que nos tivemos, a inclusão social ta aqui batendo a nossa porta, estamos com tantos direitos que nem sabemos. Ou não queremos saber , porque a partir do momento que você sabe você vai ter que se mecher ou fazer alguma coisa, ou esperar que os outros façam ou simplesmente não fazer nada e ainda criticar quem esta fazendo podemos escolher um desses personagens e traçar uma meta de vida.
Eu so quero ser reconhecida pelo meu potencial, sei que muitos não conhecem, ou acham poucas as minhas qualidades de repente o que sobressai em mim são os defeito porque este encobre todas as qualidades, mas quem não tem defeito, eu tenho sim mais prefiro me antenar nas qualidades.
Bom gente! eu não sou boazinha, sou educada.
Não que eu não tenha sentimentos sim eu tenho mais acima de tudo eu tenho responsabilidade e garanto tenho exclusivamente sobre tudo o que faço seja certo ou errado não culpo ninguém por minha vida ser tão boa assim.
Como isso é possível
Simples você tira tudo o que é ruim e transforma em degraus e começa a caminhar para a frente e tudo o resto vai se moldando a sua volta do seu jeito.