O FILHO DA MÃE E O FILHINHO DE PAPAI
O que leva um político a falar mal de outro do mesmo partido? Ciúme, dor de cotovelo ou raiva? Quando estavam juntos, tudo de bom – o outro era o melhor do pedaço!
Quando se separam, muda tudo – aquele passa a ser “persona non grata” para todos os efeitos e com exposição alardeada das chagas contaminadoras... Primeiro come no mesmo prato, se delicia com as iguarias e depois suja onde comeu!
Os fins justificam os meios? Mas qual é o fim, considerando-se a postura - de sempre ou, pelo menos, do tempo em que estavam casados com comunhão de bens?
Quando conviviam, não via os defeitos do outro – porque lhe convinha; agora, que se separaram, lava a roupa suja na praça – tentando, de alguma forma, transformar em vantagem. Que coisa feia...
Entretanto, para se mostrar e arreganhar as entranhas do outro é preciso, no mínimo, não ter defeitos visíveis. Do contrário, o tiro pode sair pela culatra...
Mostrar o óbvio, e só, não é suficiente – é preciso ser coerente na própria postura; antes e depois, com um e com todos. Afinal, ser político é uma coisa, fazer politicagem é outra bem diferente.
Se o partido não era bom, por que fazia parte dele? Se o presidente era corrupto – e muitos sabiam disso – por que esperou denúncias formais para só então, depois que toda a população tomou conhecimento através da mídia e não deu mais para esconder, jogar lama gratuitamente no antigo correligionário e apoiador financeiro de campanhas anteriores? Para explicar ao eleitorado algo que não se justifica? Uma vez corrupto, sempre corrupto.
E quem apóia corrupto é corrupto, também. Sempre! E olha que o que tem de corrupto nos muros e nos carros não é brincadeira... E é por essas e outras que o povo acaba tendo sempre o governo que merece – mas é uma pena, pois o grupo que realmente merece não é maioria.
Mas acaba sendo... coisas do sistema eleitoral que ainda, infelizmente, deixa a desejar! E dos lobos que se vestem com pele de cordeiro para se misturar ao rebanho!
O marido traído que joga lama na esposa infiel, além dos cornos ainda leva os respingos... Vergonha na cara – que é bom – não tem. Pois, se tivesse, se escondia nessa hora triste do momento em que vivemos e nos vemos obrigados a conviver com essa bandalheira toda...