Comparar a estatização no Brasil com as estatizações previstas nos ideais socialistas é um equívoco
Há quem defenda que o Brasil deve continuar entregando o seu patrimônio nas mãos de setores privados. Governos como FHC, Covas, Alkimin e Serra tiveram grandes apoios inclusive muita grana injetada em suas campanhas antinacional. Pra não dizer que houve um gigantesco apoio apenas das gigantes multinacionais, mas também da midia, que com uma propaganda voltada para os interesses de uma minoria, o tempo todo procura induzir às pessoas a pensarem que tudo que é importado é mesmo melhor que aquilo que brota de nossa terra. O falso sonho de felicidade é despejado 24 horas dentro dos lares, e nos barracos, nos guetos às margens do sistema milhares se iludem com um Brasil de novela.
Se na Idade Média a Igreja era o aparelho ideológico mais poderoso ao ponto de cegar a visão das pessoas tornando-as mais submissas às classes dominantes da época, hoje quem cumpre esse papel alienador é a mídia eletrônica. Seus idealizadores apostam na eficiência de “fazer a cabeça” da grande massa composta por pessoas, em sua maioria, um público semi analfabeto e quase paralitico, tetraplégico, que mal consegue levantar-se do lugar para mudar de canal. Soma-se a isso os programas evangélicos que tomam conta do espaço lelevisivo aos fins de semana, e um pior que o outro, completam a lavagem cerebral levando as pessoas a crerem que o cristianismo tem todas as respostas para os problemas financeiros, fisicos e espirituais das pessoas que lotam as igrejas, não em busca de Deus, mas por serem induzidas a pensar que lá está a solução de todos os seus problemas. Como se fossem mágicos os preletores transformam as igrejas em grandes “tendas de milagres” e surgem inúmeros “prontos socorros da fé” para onde se encaminham paralíticos que andam, surdos que ouvem e cegos que veem. Os que ficam em casa no domingo e no sabado não têm outra opção a não ser definhar-se ideologicamente enquanto assistindo programas do “Domingão do Faustão”, “Domingo Legal”, “Topa ou não Topa” e outros programas do Sílvio Santos são o que resta a população que por conta da renda insuficiente transforma-se em prisioneira da própria casa onde mora. O teatro, o cinema ainda continuam sendo privilégio de poucos. “Big Brother”, “Fazenda” “Hiper Tensão” e outros programas alienantes da TV mobilizam milhões de telespectadores que parece perder a cada dia o movimento dos dedos, sem conseguir apertar um botão do controle, para mudar de canal na TV. Essa paralisia garante uma grande audiência ao poderoso grupo “Pilm-plim”, e a medida que a população absorve o lixo televisivo das novelas, do sensacionalismo e dos desenhos infantis e filmes importados vai perdendo também a capacidade de pensar por si só, então qualquer boato em tempos de decisões importantes como as eleições que se passaram viram verdades absolutas. A incapacidade de questionar é tanta, que se vê até professor defendendo “boatos” da mídia sem fazer uma reflexão com seus alunos. Assim, o lixo consumido pelo público eletrônico é muito grande. O poder da ideologia faz a pessoa acreditar que é possível ser mais feliz com um par de tênis importado ou consumindo coca-cola, já que até ursos polares tomam essa bebida em pleno gelo!
Seriam os empresários brasileiros mesmo brasileiros? Então porque 95% deles defendem a ALCA e só 5% o Merco Sul? Seriam os nossos empresários latino americanos ou norte-americanos, espanhóes, ingleses, japoneses ou alemães? Quem comanda as rodovias rippprivatizadas de São Paulo? Quem comada os pedágios? Uma “onda neoliberal” paira sobre nossos políticos e a ideologia de “vende-se o Brasil” para os estrangeiros tem fortes aliados na televisão. Governos defendem as privatizações não são brasileiros, são na verdade agentes em defesa do imperialismo, agentes da CIA e do FMI, são promotores do capital expeculativo estrangeiro aqui dentro. Esses agentes do capital estrangeiro são financiados em suas campanhas e conseguem ameaçar qualquer partido político de ideologia contrária tanto no Brasil como na América Latina inteira, e é por isso que existe sim, uma preocupação dos donos docapitam que é repassada ao povo das nações latino americanas através de certos partidos políticos ligados à direita empresarial sobre o suposto perigo da tal da “ONDA VERMELHA” que está ganhando forças na Venezuela com Hugo Chavez eleito pelo PPT (Pátria Para Todos) coligado com o PSUV (Partido Socialista Único Venezuelano), Basil governado Por Luis Inácio Lula e agora por Dilma Rolsseff eleita sucessora do Presidente Lula pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Por que toda essa preocupação com a tal “onda vermelha” que cresce na América latina? As elites nacionais e internacionais se preocupam porque geralmente os governos que tem sido eleitos tem uma vocação de esquerda, e saem do meio popular, emergem-se do meio do povo, dos grupos sociais e grupos trabalhistas, e com amplo apoio de sem-terras, sem-tetos, movimentos sindicais, movimento estudantil etc, acabam chegando ao poder Executivo com programas voltados para a distribuição de renda e programas sociais que visam atender a grande massa excluida e que vive à margem do sistema. Ao contrário dos governos ligados à direira que tem uma trajetória política ligada as classes conservadoras mais abastadas e que jamais pensou em distribuir riquezas como grandes latifundiários (fazendeiros), industriários e banqueiros, os líderes que emergem do seio popular têm a tendência de não esquecer as suas origens e o povo sente-se melhor representado no poder. Na verdade, não existe “Revolução por meio de voto”, o que existem são medidas paliativas de combate à pobreza, mas a História comprova que as mudanças mais profundas só ocorrem quando o povo deixa o anonimato e vai às ruas. Foi assim que aconteceu na França com a histórica Revolução Francesa de 1789, a Revoluão Russa em 1917, a Revolução Chinesa em 1949 e a Revolução Cubana de 1959. No Brasil nunca houve Revolução, o que nos livros de História chamam de Revolução não passaram de motins, movimentos isolados dentro de um contexto como Revolta de Canudos, Contestado etc. Nem a Revolução de 30 foi revolução, porque envolvia briga das elites mineira e paulista pelo poder, briga entre fazendeiros não é revolução. Nossos escritores mal informados têm a mania de chamar de Rvolução qualquer movimento, por isso também equivocadamente chamam de Revolução de 64 algo que não passou de um golpe contra a nação e o povo em favor da manutenção das velhas estruturas social, política, econômica e cultural de nosso povo. Eles erroneamente também chamam de Proclamação da República o que não passou de assalto ao poder dato através do Exército comandado por Deodoro da Fonseca e Floreano Peixoto. Chamam ainda de Independência um gesto isolado feito por Dom Pedro às margens do Ipiranca e longe do povo naquele famoso 7 de Setembro de 1822. Nenhum episódio ocorrido no território brasileiro merece o título de Revolução, porque jamais esses fatos porvocaram uma revira volta no sistema ao ponto de alterar completamente as suas estruturas. Não há revolução se as estruturas fundiárias, sociais, intelectuais, econômicas e ideológicas continarem sendo as mesmas. A revolução (do latim revolutio, "uma volta") é uma fundamental transformação social no poder ou nas estruturas organizacionais que têm lugar em um período relativamente curto de tempo. Revolução é a sublevação; retirada de um governo do poder pela força; rotação, giro; movimento de um astro em sua órbita ao redor de outro. Uma Revolução envolve uma mudança de algum paradigma importante e abrangente. Tem que ser vitoriosa e acabar numa mudança de paradigma ao ponto de promover um salto de uma estrutura para outra. Pois trata-se de um movimento de revolta contra o poder estabelecido, feito por um número significativo de pessoas em que geralmente se adotam métodos mais ou menos violentos. Revolução nada tem com revolta, levante, sublevação, rebelião, motim ou golpe, que podem apenas modificar um governo e uma sociedade por um determinado tempo. Revolução é uma mudança "radical", profunda e por completo um Estado ou nação. É isso que as elites sempre temeram e temem!
Dilma e Lula são frutos de uma visão revolucionária marxista, que apesar de poibida, furava os bloquios ideológicos das escolas e alcançava os alunos e trabalhadores da época. Dilma tornou-se marxista na escola, e Lula lutando ao lado dos trabalhadores. Só tem uma diferença entre Lula e Dilma: Dila é estudada, formada em economia, e Lula tem apenas o Primário, hoje chamado de Ensino Fundamental. Mas isso não influiu na sua capacidade, porque, grande parte da formação do verdadeiro líder pode vir dos grupos organizados, e o Lula teve uma boa formação sindical. A escola da vida pode surpreender grandes doutores! A luta de Lula e Dilma tem algo em comum, Dilma cresce nas bases estudantis e Lula nas bases trabalhistas, ambos foram presos por rebeldia contra o Regime Militar.
Em dezembro de 1952, a família de Lula migrou para o litoral paulista, viajando 13 dias num caminhão "pau de arara". Foi morar em Vicente de Carvalho, bairro pobre do Guarujá. Foi alfabetizado no Grupo Escolar Marcílio Dias. Em 1956, a família mudou-se para São Paulo, passando a morar num único cômodo, nos fundos de um bar, no bairro de Ipiranga. Aos 12 anos de idade, Lula conseguiu seu primeiro emprego numa tinturaria. Também foi engraxate e office-boy. Com 14 anos, começou a trabalhar nos Armazéns Gerais Columbia, onde teve a Carteira de Trabalho assinada pela primeira vez. Lula transferiu-se depois para a Fábrica de Parafusos Marte e obteve uma vaga no curso de torneiro mecânico do SENAI - Serviço Nacional da Indústria. O curso durou 3 anos e Lula tornou-se metalúrgico. A crise após o golpe militar de 1964 levou Lula a mudar de emprego, passando por várias fábricas, até ingressar nas Indústrias Villares, uma das principais metalúrgicas do país, localizada em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Trabalhando na Villares, Lula começou a ter contato com o movimento sindical, através de seu irmão José Ferreira da Silva, mais conhecido por Frei Chico. “Em 1969, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema fez eleição para escolher uma nova diretoria e Lula foi eleito 2 suplente. Na eleição seguinte, em 1972, tornou-se primeiro-secretário. Em 1975, foi eleito presidente do sindicato com 92 por cento dos votos, passando a representar 100 mil trabalhadores. Lula deu então uma nova direção ao movimento sindical brasileiro. Em 78, Lula foi reeleito presidente do sindicato e, após 10 anos sem greves operárias, ocorreram no país as primeiras paralisações. Em março de 79, 170 mil metalúrgicos pararam o ABC paulista. A repressão policial ao movimento grevista e a quase inexistência de políticos que representassem os interesses dos trabalhadores no Congresso Nacional fez com que Lula pensasse pela primeira vez em criar um Partido dos Trabalhadores. O Brasil atravessava, então, um processo de abertura política lenta e gradual comandada pelos militares ainda no poder. Em 10 de fevereiro de 1980, Lula fundou o PT, juntamente com outros sindicalistas, intelectuais, políticos e representantes de movimentos sociais, como lideranças rurais e religiosas. Em 1980, nova greve dos metalúrgicos provocou a intervenção do Governo Federal no sindicato e a prisão de Lula e outros dirigentes sindicais, com base na Lei de Segurança Nacional. Foram 31 dias de prisão. Em 1982 o PT já estava implantado em quase todo o território nacional. Lula liderou a organização do partido e disputou naquele ano o Governo de São Paulo. Em agosto de 83, participou da fundação da CUT - Central Única dos Trabalhadores. Em 84 participou, como uma das principais lideranças, da campanha das "diretas-já" para a Presidência da República.” (http://www.e-biografias.net/biografias/luiz_inacio_lula_silva.php)
Como se pode ver, Lula surge como líder nato das bases trabalhistas e se levanda à frente do maior sindicato da América Latina, a CUT nos anos 80. Da mesma luta surge também o PT. Lula fez senai, tornou-se torneiro mecânico no ABC, São Paulo onde também iniciou sua história de militância política em favor dos trabalhadores. Dilma parece ter algo em comum com Lula no que diz respeito à luta pela sobrevivência e luta no campo político. Lula veio de Garanhuns fugindo da miséria que assolava o Nosdeste junto com seus pais veio num pau de arara para tentar a vida em São Paulo. Se Lula fugiu da fome, da seca e da miséria, Dilma fugiu da guerra. O pai de dilma saiu da Bulgária e veio para a América Latina na década de 1930. Ainda estudante, Dilma já tomou gosto pelos ideais esquerdistas, e como todo jovem da época, Dilma acreditava que era possível lutar e vencer o regime de brutalidade que calou a boca da maioria dos brasileiros por 21 anos. Os militares deram o golpe em 31 de março de 1964, e durante esse peíodo, entre 1964 a 1985, milhares de jovens estudantes, professores, artistas, cantores e políticos simplesmente sumiram do mapa, mas os que sobrevirevam continuam incomodando as elites. Uns se debandaram para a direita e fundaram o partido da ilusão PSDB, da ilusão, porque acreditam e pregam a falsa Social Democracia e o suposto Estado de Bem-estar Social, criado para desbancar qualquer ideologia de caráter comunista. A social democracia aglutina gente como Serra, Fernando Henrique que dizem ter combatido o Regime Militar, mas fugiram do país. Como pode um ex-militante ligado à esquerda mudar como estes senhores? Eles lideram o partido que visa acabar com qualquer ideal de esquerda, e representam bem a tal Social Democracia e o Estado de Bem-estar Social, que nunca fez e nem fará bem algum para alterar de fato as estruturas sociais estabelecidas. A tal ideologia do Estado do Bem-estar Social não passa de um engodo, e um trunfo das elites. No fundo, qualquer movimento social passa a ser odiado por essa doutrina política que segue firme no rumo neoliberal. A sociedade como um todo jamais verá chegar esse tal Estado de Bem-estar, as elites sim, essas verão. É por isso que Dilma foi eleita, contra isso. Não dá pra engolir o discurso da Social Democracia importada de fora, porque sabemos qual é o verdadeiro propósito dela.
Um pouco da biografia de Dilma
Filha do engenheiro e poeta búlgaro Pétar Russév (naturalizado brasileiro como Pedro Rousseff) e da professora brasileira Dilma Jane Silva, Dilma Vana Rousseff faz a pré-escola no Colégio Isabela Hendrix e, a seguir, ingressa em um dos colégios mais tradicionais do Brasil, o Sion, de influência católica, ambos em Belo Horizonte.
Aos 16 anos, transfere-se para uma escola pública, o Colégio Estadual Central (hoje Escola Estadual Governador Milton Campos). Começa, então, a militar como simpatizante na Organização Revolucionária Marxista - Política Operária, conhecida como Polop, organização de esquerda contrária à linha do PCB (Partido Comunista Brasileiro), formada por estudantes simpáticos ao pensamento de Rosa Luxemburgo e Leon Trotski.
Mais tarde, em 1967, já cursando a Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Dilma passou a militar no Colina (Comando de Libertação Nacional), organização que defendia a luta armada. Esse comportamento, de passar de um grupo político a outro, era comum nos movimentos de esquerda que atuavam durante o período da ditadura iniciada com o Golpe de 1964.
O Partido dos Trabalhadores tem um compromisso com todos aqueles que depositaram sua esperança em Dilma, e esse compromisso está expresso no Manifesto aprovado na fundação do PT. Veja:
Manifesto
Aprovado pelo Movimento Pró-PT, em 10 de fevereiro de 1980, no Colégio Sion (SP), e publicado no Diário Oficial da União de 21 de outubro de 1980.
“O Partido dos Trabalhadores surge da necessidade sentida por milhões de brasileiros de intervir na vida social e política do país para transformá-la. A mais importante lição que o trabalhador brasileiro aprendeu em suas lutas é a de que a democracia é uma conquista que, finalmente, ou se constrói pelas suas mãos ou não virá.
A grande maioria de nossa população trabalhadora, das cidades e dos campos, tem sido sempre relegada à condição de brasileiros de segunda classe. Agora, as vozes do povo começam a se fazer ouvir por meio de suas lutas. As grandes maiorias que constroem a riqueza da Nação querem falar por si próprias. Não esperam mais que a conquista de seus interesses econômicos, sociais e políticos venha das elites dominantes. Organizam-se elas mesmas, para que a situação social e política seja a ferramenta da construção de uma sociedade que responda aos interesses dos trabalhadores e dos demais setores explorados pelo capitalismo.
Nascendo das lutas sociais
Após prolongada e dura resistência democrática, a grande novidade conhecida pela sociedade brasileira é a mobilização dos trabalhadores para lutar por melhores condições de vida para a população das cidades e dos campos. O avanço das lutas populares permitiu que os operários industriais, assalariados do comércio e dos serviços, funcionários públicos, moradores da periferia, trabalhadores autônomos, camponeses, trabalhadores rurais, mulheres, negros, estudantes, índios e outros setores explorados pudessem se organizar para defender seus interesses, para exigir melhores salários, melhores condições de trabalho, para reclamar o atendimento dos serviços nos bairros e para comprovar a união de que são capazes.
Estas lutas levaram ao enfrentamento dos mecanismos de repressão impostos aos trabalhadores, em particular o arrocho salarial e a proibição do direito de greve. Mas, tendo de enfrentar um regime organizado para afastar o trabalhador do centro de decisão política, começou a tornar-se cada vez mais claro para os movimentos populares que as suas lutas imediatas e específicas não bastam para garantir a conquista dos direitos e dos interesses do povo trabalhador.
Por isso, surgiu a proposta do Partido dos Trabalhadores. O PT nasce da decisão dos explorados de lutar contra um sistema econômico e político que não pode resolver os seus problemas, pois só existe para beneficiar uma minoria de privilegiados.
Por um partido de massas
O Partido dos Trabalhadores nasce da vontade de independência política dos trabalhadores, já cansados de servir de massa de manobra para os políticos e os partidos comprometidos com a manutenção da atual ordem econômica, social e política. Nasce, portanto, da vontade de emancipação das massas populares. Os trabalhadores já sabem que a liberdade nunca foi nem será dada de presente, mas será obra de seu próprio esforço coletivo. Por isso protestam quando, uma vez mais na história brasileira, vêem os partidos sendo formados de cima para baixo, do Estado para a sociedade, dos exploradores para os explorados.
Os trabalhadores querem se organizar como força política autônoma. O PT pretende ser uma real expressão política de todos os explorados pelo sistema capitalista. Somos um
Partido dos Trabalhadores, não um partido para iludir os trabalhadores. Queremos a política como atividade própria das massas que desejam participar, legal e legitimamente, de todas as decisões da sociedade. O PT quer atuar não apenas nos momentos das eleições, mas, principalmente, no dia-a-dia de todos os trabalhadores, pois só assim será possível construir uma nova forma de democracia, cujas raízes estejam nas organizações de base da sociedade e cujas decisões sejam tomadas pelas maiorias.
Queremos, por isso mesmo, um partido amplo e aberto a todos aqueles comprometidos com a causa dos trabalhadores e com o seu programa. Em conseqüência, queremos construir uma estrutura interna democrática, apoiada em decisões coletivas e cuja direção e programa sejam decididos em suas bases.
Pela participação política dos trabalhadores
Em oposição ao regime atual e ao seu modelo de desenvolvimento, que só beneficia os privilegiados do sistema capitalista, o PT lutará pela extinção de todos os mecanismos ditatoriais que reprimem e ameaçam a maioria da sociedade. O PT lutará por todas as liberdades civis, pelas franquias que garantem, efetivamente, os direitos dos cidadãos e pela democratização da sociedade em todos os níveis.
Não existe liberdade onde o direito de greve é fraudado na hora de sua regulamentação, onde os sindicatos urbanos e rurais e as associações profissionais permanecem atrelados ao Ministério do Trabalho, onde as correntes de opinião e a criação cultural são submetidas a um clima de suspeição e controle policial, onde os movimentos populares são alvo permanente da repressão policial e patronal, onde os burocratas e tecnocratas do Estado não são responsáveis perante a vontade popular.
O PT afirma seu compromisso com a democracia plena e exercida diretamente pelas massas. Neste sentido proclama que sua participação em eleições e suas atividades parlamentares se subordinarão ao objetivo de organizar as massas exploradas e suas lutas. Lutará por sindicatos independentes do Estado, como também dos próprios partidos políticos.
O Partido dos Trabalhadores pretende que o povo decida o que fazer da riqueza produzida e dos recursos naturais do país. As riquezas naturais, que até hoje só têm servido aos interesses do grande capital nacional e internacional, deverão ser postas a serviço do bem estar da coletividade. Para isso é preciso que as decisões sobre a economia se submetam aos interesses populares. Mas esses interesses não prevalecerão enquanto o poder político não expressar uma real representação popular, fundada nas organizações de base, para que se efetive o poder de decisão dos trabalhadores sobre a economia e os demais níveis da sociedade.
Os trabalhadores querem a independência nacional. Entendem que a Nação é o povo e, por isso, sabem que o país só será efetivamente independente quando o Estado for dirigido pelas massas trabalhadoras. É preciso que o Estado se torne a expressão da sociedade, o que só será possível quando se criarem condições de livre intervenção dos trabalhadores nas decisões dos seus rumos. Por isso, o PT pretende chegar ao governo e à direção do Estado para realizar uma política democrática, do ponto de vista dos trabalhadores, tanto no plano econômico quanto no plano social. O PT buscará conquistar a liberdade para que o povo possa construir uma sociedade igualitária, onde não haja explorados nem exploradores. O PT manifesta sua solidariedade à luta de todas as massas oprimidas do mundo. (http://www.pt.org.br/portalpt/images/stories/arquivos/manifesto.pdf)
Em alguns Estados brasileiro vemos alguns governos ligados às privatizações, trabalham e fazem da política uma forte bandeira em prol do entreguismo da coisa públia aos estrangeiros, e em alguns lugares esses políticos traidores da nação obtiveram sucesso nas eleições. Eles funcionam aqui dentro como verdadeiros “jagunços” e agem a mando ods poderosos chefões dos negócios estrangeiros. Mas, quais grupos tão poderosos, estão financiando a política das privatizações nos países pobres? Foi pivatizado a rede de telefonia pública, bancos, siderúrgicas, rodovias etc. É um verdadeiro levante a “onda neoliberal” que devasta e nefasta, visa surrupiar tudo aquilo que se diz patrimônio nacional entregando nossas riquezas nas mãos da agiotagem internacional. Veja abaixo os trechos de uma matéria denunciando os poderosos grupos que estão por trás da tal “onda privatista” ou “onda neoliberal”, muito mais perigosa que a suposta “onda vermelha”:
“Crítica ao projecto global de privatizar e mercantilizar a electricidade
por Sharon Beder
Durante a década de 1970 interesses de negócios promoveram uma combinação de teorias económicas neoclássicas e liberalismo económico ou de mercado (referido como neoliberalismo). A sua fórmula política básica envolvia cortes nos gastos governamentais, privatização de serviços e activos do governo, e desregulamentação de actividades de negócios; tudo em nome dos mercados livres, da competitividade, da eficiência e do crescimento económico. Esta fórmula, por vezes referida como o Consenso de Washington, foi adoptada de bom grado em muitos países desenvolvidos e imposta aos países em desenvolvimento pelo Banco Mundial e pelo FMI como condição para os seus empréstimos.
O Consenso de Washington colocava uma "fé exagerada nos mecanismos de mercado" para resolver problemas económicas e isto deu prioridade aos objectivos económicos sobre os objectivos sociais, destruindo tradições socialmente benéficas e aspectos desejáveis de culturas nestes processos. Serviços sociais de governo foram dizimados.
Em 1979 Margaret Thatcher pensava que os planos de privatização do seu partido seriam demasiado controversos para mencionar na sua campanha eleitoral. Contudo, muitos homens de negócio estavam persuadidos de que serviços fornecidos pelo governo, tais como electricidade, eram demasiado caros devido a ineficiências e devido aos objectivos sociais a que eles aspiravam, tais como equidade e emprego. Eles acreditavam que a falta de competitividade dos fornecimentos do governo tornavam a indústria privada também incompetitiva.
Um dos primeiros países a adoptar a reforma orientada para o mercado foi o Chile depois de o general Pinochet derrubar em 1973 o governo democraticamente eleito de Salvador Allende, com o apoio do governo americano. Seguiu-se a Grã-Bretanha em 1990. Tanto a privatização chilena como a britânica foram experimentos conduzidos por interesses de negócios e moldados por uma mistura de dogma neoliberal e, no caso britânico, política pragmática. Mas eles tornaram-se modelos para os países que se seguiram.
A ascensão do thatcherismo na Grã-Bretanha pode ser atribuída em grande medida aos esforços de dois think tanks, o Institute of Economic Affairs (IEA) e o seu rebento, o Centre for Policy Studies (CPS) fundado em 1974 por Keith Joseph e Margaret Thatcher. O CPZ publicou Privatize Power em 1987, o qual acusava o Central Electricity Generating Board (CEGB) de ser ineficiente, inflexível e secreto. Recomendou a separação do CEGB em companhias de produção, transporte e distribuição. Foi isto o que acabou por acontecer na Grã-Bretanha e em países que fizeram os mesmo.
A privatização é boa para os bancos porque o dinheiro levantado pela venda de activos ajuda os governos a pagarem os juros das suas dívidas, pelo menos a curto prazo. Também é boa para as corporações multinacionais porque elas são capazes de comprar activos lucrativos do governo e têm mais oportunidades de vender os seus produtos e serviços dentro de novos mercados, muitas vezes com pesados subsídios financiados pelos contribuintes. Contudo, a privatização de serviços tais como a electricidade tem levado a mais desemprego e a preços cada vez mais impraticáveis, muitas vezes sem melhorar a qualidade, a capacidade ou a confiabilidade do sistema eléctrico.
Grupos tais como grandes utilizadores industriais de energia utilizaram a linguagem dos advogados do mercado livre a fim de apresentar o seu caso em termos que não fossem tão obviamente auto-interesseiros. Os think tanks neoconservadores proporcionaram aquela linguagem e venderam o conceito de desregulamentação como sendo do interesse público. Os media de negócios também desempenharam uma parte indiscutível na promoção da desregulamentação.
O Brasil privatizou o seu sistema eléctrico em 1995. Ele foi comprado por uma complicada teia de investidores privados estrangeiros, incluindo a Enron, os quais gastaram sozinhos mais de US$ 3 mil milhões a comprar a infraestrutura de outras companhias já existentes no Brasil. O Brasil outrora era admirado e invejado pela sua abundância de electricidade barata tornada possível pelo aproveitamento de rios, mas em 2001 este sistema veio abaixo. O cerne do problema estava no modelo britânico sobre o qual o Brasil estruturou a sua privatização. Os consumidores experimentaram aumentos de preços maciços, enquanto os proprietários estrangeiros repatriaram lucros e evitaram investiram em novas capacidades de produção.
A Índia, tal como o Brasil, foi pressionada pelo FMI e pelo Banco Mundial a privatizar a sua electricidade. A Enron utilizou a sua influência política junto à embaixada americana e a CIA para ganhar em 1992 um contrato de US$ 3 mil milhões a fim de construir a Dhabol Power Plant, no sul de Bombaim. Este foi o maior investimento estrangeiro da Índia. Os habitantes locais protestaram contra os impactos ambientais e sociais do projecto, cuja electricidade era inconfiável e muito poluidora. Ela cobrava tanto pela electricidade que em Junho de 2001 o governo do estado rescindiu o seu contrato para a compra de electricidade e a central foi forçada a encerrar.
É claro que a vasta maioria do povo em cada país onde o grande abuso de confiança eléctrica teve lugar é a sua vítima e não a sua beneficiária. Empregos foram perdidos, os preços da electricidade aumentaram, a qualidade do serviço e a fiabilidade caíram, a poluição aumentou, e os contribuintes tiveram de salvar companhias privadas de electricidade nos maus tempos sem receber quaisquer dividendos nos bons tempos.”
O original encontra-se em http://www.uow.edu.au/arts/sts/sbeder/critique.html . Tradução de JF.