O mal necessário
Na atual circunstância, num país capitalista, onde os negócios e o poder financeiro prevalecem na maioria das situações, nos fazendo quase sempre prisioneiros, dependentes e preocupados com falta de dinheiro.
Quando não o possuímos, as privações são exageradamente enormes. Se o possuímos pouco, temos por obrigação, controlar nossos gastos, nossos desejos de compras e de consumismo. Nada se faz sem “ele”. É o que chamamos do mal necessário.
Sabemos que o dinheiro pode construir e comprar muitas coisas, até as que não devem ser vendidas. Do contrário, pode também destruir muitas coisas e, principalmente, abortar vidas, antecipando o fim delas.
Freqüentemente, lemos, vemos e ouvimos noticiários sobre filhos, netos, ou alguém da mesma família (sem contar com os bandidos), que matam ou morrem por causa do dinheiro, pela ganância, pela falta de amor, mas pela necessidade voraz de ter sempre mais e mais.
A miséria que visualizamos através de noticiários dentro de nosso país, como também fora dele, faz-nos sentir seres massacrados, violentados e impotentes. Porque não encontramos a forma de exterminar esta turbulenta realidade.
Tanto a pobreza quanto à falta de um emprego, parece não combinar com dignidade e com decência.
Nestes casos, qualificam estes seres humanos como pobrezinhos ou vagabundos, os quais se sentem piores do que são e ainda mais sofridos.
A veracidade, no entanto, é que muitos deles não tiveram a oportunidade de estudar, a sorte de terem nascido num lugar com qualidade de vida ou quem sabe, não tiveram uma “boquinha”, um “empurrãozinho” para poder se igualar aos demais, estes, preconceituosos, que nunca tentaram se por no lugar dos aflitos.
Exclusões sentem de maneira semelhante, os que inevitavelmente, sofrem quedas financeiras.
Observamos isso com freqüência quando estamos numa situação financeira em alta, os amigos se multiplicam, todos nos cobiçam nos elogiam, nos convidam para recepções, eventos, festas, enfim... Nunca estamos sozinhos. Porém, quando as coisas apertam, quando estamos à beira da falência, parece que todos nos ignoram. Todos aqueles que assiduamente freqüentavam nossas casas, desaparecem.
A preciosidade em que muitos definem o poder aquisitivo torna-o, sinônimo de superioridade e dominação.
Diante de tais circunstâncias algumas pessoas deixam-se levar, manejar por este lado tão materialista, tão crucial, e se esquecem da essência principal, a simplicidade e a humildade.
Há quem ainda defina dinheiro e poder como sinônimos de prioridade, se sentindo o domo do mundo. Porém, pessoas verdadeiramente humanas reconhecem que tanto um quanto outro não são e nunca serão prioridades para serem dignos e respeitados. Contudo, muito menos este se faz motivo para estar junto dos amigos, e bem menos, para destruir vidas.
Ao contrário disso tudo, desta pobre maneira de ver o mundo e as pessoas, existem ainda outros que fazem prioridade e simbolizam o Amor como sinônimo de ação, de companheirismo e gratidão. Sentimentos, que jamais nenhum dinheiro do mundo poderá comprar, mas qualquer um poderá possuí-lo, sem egoísmo. Além do mais, nos fazendo seres melhores. Basta apenas desejarmos, manifestá-lo e doá-lo a qualquer um, em qualquer lugar.