Baixa qualificação?
Programa: Frente e frente (Rede Vida) – em 06/03/2005.
Entrevistado: Dr. Edy Luiz Kogut – economista (Reitor do Centro Univ. Santo André)
Entrevistador: Dom Antonio Maria (Bispo de Botucatu)
Salário Mínimo: 300 euros (Itália) 280 reais (Brasil)
Motivo da discrepância: baixa qualificação profissional dos brasileiros.
Este foi o tom da entrevista e a justificava na finalização.
Analisando depois o resultado do que assistira e a minha conclusão pessoal, o que sobrou foi o seguinte: afinal, o assunto é faixa salarial ou salário mínimo? Porque, a meu ver, são coisas distintas com pesos específicos. E a justificativa não me convenceu!
Se um cidadão de qualquer país é melhor qualificado tem direito, proporcionalmente, a uma faixa salarial diferenciada daqueles que estão abaixo ou acima dele e que pode ser medida em salários mínimos do seu país.
Exemplo no Brasil: enquanto uma empregada doméstica (independente do grau de instrução) seja registrada com uma faixa salarial equivalente a um ou dois salários mínimos, um segurança (masc ou fem), com apenas um cursinho de 17 dias, pode ganhar até o dobro ou triplo e um pedreiro prático (mesmo semi-analfabeto) idem.
Um engenheiro semiformado ou experiente pode ser registrado numa faixa que pode variar entre seis e vinte sm. E um assistente da mesma área, com mais prática e menos estudo, pode ganhar mais que ele. O que regula isso é o próprio mercado, com sua escassez ou excesso de mão de obra específica e a capacidade do poder de negociação.
Mas os parâmetros para composição e definição do salário mínimo vigente em um país são outros... Assim sendo, me pareceu ter ocorrido uma confusão durante a entrevista ou dificuldade na concatenação de idéias durante os diálogos e na finalização.
O economista não transmitiu segurança e o bispo parecia pôr palavras na boca do outro sem entender do assunto. Se minha conclusão for correta os dois passaram adiante uma falsa idéia ou, no mínimo, uma desinformação. Preocupa-me isso, pela razão ou pelo contrário... Pela real compreensão do que foi dito ou pela ilusão do que parece ter sido. Enfim, pela formação curricular dos agentes e pela responsabilidade que sobre eles pesa.
Espero estar enganado... Mas preferia não ter essa dúvida! Não gosto de dispor do meu tempo para resultados inconclusivos ou descrença naqueles que lideram algum setor – principalmente o da educação e da religião – com poder de decisão e formação de opinião!