Cultura genética e social
Como administramos nossa cultura genética e social?
Orar de forma construtiva é muito mais que fazer uma simples representação. Acender uma vela numa penumbra e olhar fixamente para a chama intermitente dela nos hipnotiza e favorece a concentração. Repetir dezenas de vezes a oração que sabemos de cor, através das contas de um rosário, no nível Beta, nos dá a cadência necessária para atingirmos o nível Alpha e, com muita concentração e alimentação adequada, o estado de Nirvana (estado de graça da consciência) – com as ondas cerebrais vibrando no nível Theta. E o poderosíssimo mantra “AMÉM” (assim como o “OHM” dos indús e muçulmanos) costura a operação, garantindo o tom ideal de vibração para abrir o canal de comunicação com as forças misteriosas do Universo e produzir os chamados milagres.
O templo é um ponto de encontro e a missa (ou celebração) um ritual para garantir um encontro programado e uma participação constante. A finalidade principal seria unir os agregados (fiéis, irmãos...) e distribuir justiça através de um trabalho social – financiado pelo dízimo e outras formas de receita. O amor ao próximo é a mola mestra da pregação e a Santa Ceia (para a Igreja Católica) propaganda subliminar fidelizando os mantenedores da Igreja Cristã.
O resto é festa para alegrar o povo e arrecadar verba para as obras – geralmente construção ou reforma de capelas e outros templos maiores. Isso forma a Igreja – o rebanho unido e reunido em torno de um objetivo comum de realização imediata e investimento nas promessas do Pastor para poder habitar, no chamado futuro eterno, “uma das muitas moradas do Pai”.
Percebe-se portanto que, independente da complexidade dos dogmas, o maior desafio é a forma como canalizamos a nossa fé (independente das crenças) através do poder incontestável da oração. Infelizmente, porém, a maioria sabe rezar (por tradição familiar e cultural), mas não sabe orar; freqüenta missa regularmente na Matriz e comparece às rezas nas Capelas de Santa Cruz e similares (principalmente políticos e especialmente em época de campanha), mas nem sempre levam uma vida verdadeiramente cristã. Repetem sistematicamente a ladainha do Cristo e de Nossa Senhora, mas a grande maioria o faz apenas da boca para fora.
Poucos compreendem a magnitude da causa, quase todos apenas perpetuam uma tradição milenar sem entender de fato o principal. Isso é cultura e nesse contexto estamos inseridos. Questionar tudo isso é temerário, para quem sabe o que fala; não refletir sobre isso é comodismo e falta talvez de capacidade de discernimento próprio, para quem não sabe o que faz – ou pensa que sabe. O Papa João Paulo II já dizia:- “Quem fala, não pensa; quem pensa, não fala...” Mas eu posso até ser irresponsável ou imaturo, mas penso e falo:- melhor refletir nas ações e guardar um coração puro. Porque acredito ser isso, no final das contas, o que realmente conta!