À Imagem de Narciso
Num mundo cada vez mais hipnotizado pela mídia, seguindo à risca comportamentos perniciosos onde homens e mulheres buscam freneticamente a estética exagerada, encontramos um mal que acomete a todos de modo geral: a vaidade. Porém, a busca desenfreada pelo corpo perfeito tem feito com que certas pessoas deixem de lado áreas importantes da vida como o crescimento intelectual, cultural e espiritual.
Mais utilizada hoje para a estética visual, a vaidade faz lembrar a imagem de uma pessoa geralmente em frente a um espelho, a exemplo de “Narciso” – lenda que surgiu provavelmente dos escritos gregos, segundo a qual contemplar a própria imagem prenunciava má sorte –, que o fez chegar à própria morte.
O que pelos olhos parece asseio, ou glamour, ou fantasia, ou amor ao belo, ou elevação da auto-estima, trata-se, na verdade, de pura vaidade.
O livro sagrado dos cristãos deixa claro que a vaidade é pecado: “vaidade é obra ridícula; no tempo do seu castigo, virá a perecer” (Jeremias 10:15). Ao invés de tentar incansavelmente nos inserirmos nos padrões de beleza e comportamentos vigentes, agredindo nosso próprio corpo, deveríamos filtrar tudo aquilo que chega até nós, guardando apenas o que é bom. Como disse o próprio Senhor Jesus, onde estiver o nosso tesouro, aí estará também o nosso coração. Nossos tesouros estão nos lugares celestiais e não na vaidade terrena fútil e exagerada.
A ciência psicológica diz que a vaidade é um sintoma do ego super alimentado; um mal do caráter egotista. Paralelo à psicologia, a psiquiatria mostra o exemplo do distúrbio alimentar, resultado da preocupação exagerada com a magreza corporal – anorexia nervosa (doença que tem ceifado tantas vidas de jovens que, por ignorância, falta de cultura, inversão de valores e culto à beleza da moda, morrem aos poucos). Sem se falar dos anabolizantes que deformam o corpo em músculos, muitas vezes levando seus usuários à morte.
Isso também explica o tal materialismo exacerbado da humanidade; a busca das aparências luxuriosas e o uso intenso do verbo “ter” em detrimento ao verbo “ser”. Diante desses fatos, podemos concluir que a vaidade é permeada de sentimentos e sentidos inferiores. Portanto, devemos melhorar nossa vida, sem vaidades, seguindo uma vida simples.
Diego Rocha