COMPARTIHAR ESCOLAS NA CIDADE DE JANDIRA NÃO É UMA BOA IDEIA: TEM MARIMBONDOS NA CIDADE “FAVO DE MEL”

COMPARTILHAR ESCOLAS ESTADUAIS?

Jandira é um município de cerca de 100 mil habitantes e se encontra na periferia da região Oeste da Grande São Paulo. Com apenas 22 quilômetros quadrados, a cidade tem uma superpopulação comprimida entre ruas sem calçadas e ruas mal cuidadas. O povo anda feito gado no meio da rua e os veículos tem que sair desviando dos transeuntes para não atropelá-los. Com tantas carências, a cidade é dominada por grupos políticos que no estilo coronelista controlam e até ameaçam pessoas quando veem ameaçados em seus interesses políticos. Agora, o alvo é as escolas estaduais e os professores. As escolas são estratégicas e possuem um público eleitoral muito promissor, estão em bairros carentes onde as pessoas são extremamente dependentes dos favores políticos e da prática nepotista. Enquanto isso, esses políticos vêem os jovens como um "perigo", visto que esse público já tem suas preferências políticas e em geral votam em candidatos mais novos e jovens como eles, principalmente aqueles ligados ao movimento estudantil como o vereador Zezinho do PT. Dai o interesse em compartilhar as escolas. Eles sabem que os jovens não são "bestas" sem raciocínio, e que estão dispostos a lutar por seus ideais. Além disso,, tem outro problema...

A verba do FUNDEB é mesmo um “mel” na boca dos políticos e um “FEL" para o paladar dos professores. Pense numa verba de 300 mil reais! A municipalização é lucrativa para os políticos, mas e para a qualidade da educação? Será que melhorará com a municipalização? Não é isso que os resultados tem mostrado.

Os dados do SARESP comprovam que a educação municipal não significa mellhoria para o ensino. Não se pode desmentir as pesquisas, e estudos de instituições sérias nos permite questionar a prática da municipalização.

É MENTIRA que municipalizando irá melhorar a qualidade do ensino. É um argumento furado, papo de quem não entende nada de educação, é papo de políticos demagogos, salafrários, corruptos, lacaios e desalmados, que querem apenas transformar escolas em currais eleitorais para as eleições de 2010, acabando também com o que ainda resta da escola pública. E quando não restar mais nenhuma possibilidade, então privatizarão o ensino, e ai, quem quiser terá que pagar e pagar muito caro por um direito que é garantido pela Constituição Federal a todos os cidadãos.

MUNICIPALIZAÇÃO DE ESCOLAS NÃO MELHORA O ENSINO

É isso que aponta um estudo feito pela FGV (Fonte: Jornal da Educação):

Alunos de escolas estaduais que passaram para a gestão de prefeituras não aprenderam mais do que os que estudam em estabelecimentos onde não houve a mudança. Estudo inédito da Fundação Getúlio Vargas analisou o chamado processo de municipalização do ensino fundamental, que desde 1996 tem sido incentivado por leis federais. A premissa era que a descentralização favoreceria a educação porque a comunidade escolar estaria mais próxima dos tomadores de decisão, podendo exigir mais rapidamente a solução de problemas.

Medindo pela primeira vez o aprendizado das crianças no processo de municipalização, a pesquisa mostra que as notas em avaliações nacionais aumentaram entre 4 e 6 pontos tanto nas escolas que mudaram a gestão quanto nas que permaneceram como estavam. Especialistas avaliam que, em vários municípios, as prefeituras receberam a responsabilidade de gerenciar o ensino de 1ª a 8ª séries sem que estivessem preparadas. Havia falta de pessoal, de verba e de estrutura. A secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda, completa que 80% dos municípios têm menos de 20 mil habitantes e, portanto, pouca “massa crítica”, ou seja, equipes para fazer a gestão da educação. Em pequenos municípios, mesmo de São Paulo, a secretária da Educação costuma ser a diretora da única escola. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Se compartilhar escolas do Estado com a prefeitura de Jandira, um município pobre e sem estrutura o que acontece? Veja:

• Perdem os alunos adolescentes do ensino médio que estudam de manhã e fazem o cursinho popular à noite ou outros cursos de informática, SENAI e outros cursos, visto que terão que ir para o período noturno, já que o período da manhã será compartilhado para 1º ao 5º ano do ensino fundamental (é o caso da EE Moacir Thomaz da Silva- Gabriela).

• Perdem os alunos de 5ª a 8 e 1º que estudam de manhã, perdem, porque muitos que fazem cursos de informática à tarde estão estudando de manhã.

• A qualidade também será afetada, visto que os alunos removidos como objetos superlotarão as poucas salas dos períodos da tarde e da noite. Já existem salas superlotadas com 57 alunos ou mais. O diário do professor só vai até o número 55.

• Perdem os pais dos alunos que tem seus filhos em escolas de período integral (ETIs), principalmente do Josepha e do Solde. Eles, os interessados em compartilhar e que defendem o prefeito Brás alegam que estas escolas não funcionam. Ouvi isso de um desses cabos eleitorais que como professor do Estado mais vivia de licença-saúde do que lecionava, e hoje ganhou de presente e gratidão do prefeito o cargo de supervisor de ensino em uma escola municipal de Jandira. O cara ta louco e espumando de raiva porque viu a manifestação sexta-feira lá no centro. Pensou que não haveria reação? Bobinho...

• Perdem os alunos do EJA, pois a tendência é acabar com essa modalidade de ensino para introduzir os jovens. Os mais adultos serão incentivados a fazer o ENCCEJA- Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos, antigo CESU onde o aluno elimina todas as disciplinas num chute só, alguns acertam as canelas lá fora quando vão fazer um teste e não passam nem no SENAI.

Quem ganha e quem perdem mais com essa idéia?

• Perdem os professores que sofrerão maior concorrência na atribuição das aulas em 2010.

• Por que não consultaram pais, alunos e professores de todas as escolas estaduais, pois as vagas serão reduzidas.

• Perde a democracia, onde as decisões unilaterais todas tomadas de cima para baixo tem o propósito de anular e evitar qualquer discussão com os grupos sociais interessados: professores, diretores, pais, alunos e comunidade local que circundam e usam as escolas estaduais que serão compartilhadas.

• Perdem as diretoras das escolas que terão que abrir mão de vices-diretoras e coordenadores que só atuam conforme a quantidade de salas de aulas existentes, e fechando salas reduz o quadro desses funcionários, inclusive da secretaria das escolas.

• Só ganharão mesmo os políticos, pois nas propagandas de 2010 vão dizer que o PSDB acabou com o problema de falta de vagas em Jandira.

Em História se ensina que a DEMOCRACIA começa pela base, ou seja, pelos grupos sociais, denominados na Grécia Antiga de DEMOS.

Da junção dos dois termos demos + kracia é que se originou esse formidável regime de governo chamado DEMOCRACIA.

A liberdade de participação, de manifestação, de pensamento, a livre expressão e a o direito de se manifestar contra ou a favor de qualquer coisa que se julga necessária ou não perante a sociedade e perante as autoridades são direitos que constituem os fundamentos de uma democracia. O direito de ser ouvido, o direito de se organizar e de se articular para lutar pela preservação dos direitos e a defesa da dignidade constitui a base da democracia. Cada indivíduo, seja quem for, tem o direito a se manifestar perante as autoridades, de ir às ruas, levantar bandeiras, claro, respeitando a ordem e a Constituição Federal, entretanto, hoje os próprios governos e empresários e não o povo é que mais tem desrespeitado a Constituição, quem mais teria a obrigação e a função de zelar pelos direitos dos cidadãos são os próprios políticos que são escolhidos democraticamente para representar o povo, mas estes acabam anulando os nossos direitos e jogando no lixo a cidadania conquistada à duras penas no passado. As insanas decisões isoladas de um debate popular envolvendo todas as partes interessadas de qualquer nova medida é que leva o povo muitas vezes, a revoltar-se e a desacreditar nos políticos. A falta de escrúpulos, a falta com a verdade, a falta de ética e o desrespeito às diversas opiniões de quem votou, de quem foi às urnas com a esperança de um novo porvir são coisas que entristecem os cidadãos. Por que ninguém quer nos ouvir? Não foi também para isso, que foram eleitos os nossos representantes vereadores e prefeitos. Os nobres vereadores querem ser chamados de excelências, entretanto prestam péssimos serviços à população. Pasmem, alguns mal sabem o que se passa no município. Na cidade de Jandira, a maioria dos parlamentares não tem competência para discutir coisa alguma. No último episódio que se tratava da questão da municipalização do ensino presenciamos na Câmara que muitos nem tinha uma ideia clara nem de longe do que estava para acontecer. Se é, dos “demos” (grupos populares), que surge a democracia, por que não querem discutir uma decisão importante como esta com o povo? O silêncio é uma estratégia covarde de quem tem medo de se explicar perante o público, é extratégia de quem age no escuro e sozinho, de quem quer fazer as coisas na surdina por medo da reação. Atitude de covarde! Os grupos organizados não são escutados pelos governos e prefeitos, não se tem levado em conta o que pensam as pessoas, é como se eles nem dependessem desses grupos e é como se esses grupos não existissem. Ignorados na hora de tomar alguma decisão política importante, os grupos passam despercebidos e a população imóvel nem percebe o mal que está colhendo com os maus políticos que foram eleitos. No município de Jandira a grande maioria dos vereadores nem se quer cogitam em querer saber o que pensam certos setores, ou seguimento social.

Estamos à beira de um processo de municipalização, alguns prédios de escolas estaduais serão emprestados ao município para 1º ao 5º ano do ensino fundamental, e qual a alegação do secretário responsável pela pasta da Educação Municipal? “Precisamos atender a demanda de cerca de 1800 alunos e oferecer o ensino de 1º ao 5º ano do ciclo I com 5 horas-aulas”, esse é o argumento para justificar uma ideia equivocada, confusa e difusa da municipalização de 100% do ensino de 1º ao 5º ano do ciclo I (antiga 1ª a 4ª série, agora com um ano a mais para os alunos estudarem). Só que esse interesse em municipalizar o ciclo I esconde outros interesses muito maiores que o da qualidade do ensino: politicagem, verba gorda do FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Básico). Como vem denunciando a própria pesquisa do IBGE nos dados recolhidos dos anos de 2005 e 2006, muitas crianças estão sem creche e sem acesso à pré-escola no Brasil.

A oferta de vagas na Educação Infantil (EI) está engatinhando, o público infantil gira em torno de mais de 20 milhões de crianças de 0 a 6 anos em idade pré-escolar, dos quais apenas 7 milhões freqüentam creches e pré-escolas. Quer dizer que falta aos prefeitos atenderem exatos 13 milhões de crianças que estão fora de creches e das pré-escolas? Sim, isso mesmo, nem 50 por cento do público infantil está sendo atendido, e isso não é diferente em Jandira que nas palavras do secretário da educação Sr Paulo, é mais de 1800 alunos. Esse número deve ser muito maior que o divulgado pelo secretário. O que diz a Lei sobre aquilo que deve ser a prioridade dos municípios? Veja:

O direito a educação infantil é amplamente assegurado na Constituição Federal (arts. 7°, XXV e 208, IV), na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (Lei n° 9.394/1996), no Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA (Lei n° 8.069/1990) e no Plano Nacional de Educação - PNE (Lei n° 10.172/2001). Dentre os entes federados, cabe aos Municípios e ao Distrito Federal assegurar educação infantil em creches e pré-escolas a todas as crianças (CF/88, art.211, §2°), devendo os demais (União e Estados) apoiar técnica e financeiramente a criação e manutenção de vagas nessa etapa de ensino.

Lei Federal nº 11.700, de 13 de junho de 2008, que trata da garantia de vaga em escola pública de educação infantil ou de ensino fundamental próxima à residência às crianças a partir dos 4 (quatro) anos de idade. Esta lei inclui novo inciso no art. 4°da LDB (Lei n. 9.394/96), que trata do dever do Estado com a educação, expressando a preocupação do legislador com o tema da universalização do acesso à escola às crianças e adolescentes a partir dos 4 (quatro) anos de idade em unidades próximas às suas residências. Com isso, reforça o direito constitucional à educação infantil em creches e pré-escolas, entre 0 (zero) e cinco anos de idade, e ao ensino fundamental, a partir dos seis anos completos. Também reforça o direito das crianças e adolescentes ao “acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência”, estabelecido no inciso V, art.53, do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/90).

Sua interpretação deve ser sistemática em relação aos demais dispositivos legais. A declaração legal desse direito não significa sua negativa quanto às demais faixas etárias e etapas da educação básica. Também não autoriza o ingresso das crianças menores de seis anos no ensino fundamental.

Por que devemos dizer NÃO ao compartilhamento de escolas estaduais e à municipalização nesse momento?

1) É simples: cabe aos Municípios e ao Distrito Federal assegurar educação infantil em creches e pré-escolas a todas as crianças (CF/88, art.211, §2°), se a demanda não está sendo atendida, então cabe a contestação dessa proposta de municipalizar os alunos de 1º ao 5º ano que estão em escolas do estado.

2) Primeiro o prefeito juntamente com os vereadores pelegos da base governista e seus aliados devem fazer o dever de casa, devem colocar a casa em ordem para depois abraçar o compromisso com essa modalidade de ensino.

3) Não basta pensar na VERBA do FUNDEB, e nem como irão desviá-la depois para atender seus próprios interesses inescrupulosos, como sempre fizeram com a verba da merenda escolar que dos 5%, não aplicavam nem 3%, por isso a qualidade é péssima. Afinal, estamos lidando com seres humanos, e as crianças não são objetos de barganha para, numa aliança unilateral vinda de cima para baixo entre governador e prefeito sem ouvir ninguém se compartilhe escolas que estão funcionando muito bem.

4) Teremos dois poderes diferentes dentro de uma escola compartilhada: uma diretora com seus cabides de emprego disputando espaço com professores, e diretores de escolas estaduais que possuem uma outra visão e maneira de administrar a coisa pública. É possível que até se compartilhe um prédio, mas não se pode obrigar a ninguém a compartilhar ideias, principalmente, porque não existe compartilhamento de ideias com imposições e medidas antidemocráticas, e não há diálogo em um processo que se iniciou de forma truculenta, prendendo e até ameaçando professores que se manifestam contra, pressionando os alunos que reagem a uma decisão UNILATERAL.

5) O compartilhamento de escolas estaduais é para atender promessas de emprego para cabos eleitorais, é CABIDE DE EMPREGO para gente não concursada, pessoas que ocupam cargos de confiança na prefeitura e secretaria de educação, muitos, incompetentes para a área em que atuam, sem formação pedagógica para o desempenho da função. Alguns inclusive, estavam distribuindo panfletos próximo a estação junto ao caminhão de som cujo objetivo era atrapalhar a manifestação contra esse processo de municipalização.

Nossa! Quantos cabos eleitorais estavam ali, deviam estar fazendo horas-extras com dinheiro público. De graça... Duvido d-ó-dó. Todos eram cabos eleitorais nas eleições passadas, outros, eram eleitores laçados como gados selvagens sonhando com “um pasto verdejante de verdinhas”, maney: a bufunfa deve ser alta para brigarem tanto, pois estavam ali tentando barrar o protesto de estudantes e professores...

Quanto será que estão ganhando os “supervisores” e outros de cargos menores que estavam ali? Deve valer a pena ficar ao lado do rei, mesmo sendo uma “nobreza de toga”, ou seja, pés rapados posando de nobres. Pra quem não sabe, nobreza de toca na Idade Média eram pessoas que não tinham sangue nobre, mas que comprava o título de nobreza, mas a origem deles... Deixa prá lá!

Segundo o secretário, são mais de 1800 crianças sem creches e pré-escolas. Cadê o compromisso com a educação infantil?

Como assumir o ensino fundamental de 1º ao 5º ano tendo essa dívida social tão elevada? É por isso que não se pode apoiar a municipalização em lugares como Jandira. As mães precisam ir ao Ministério Público e denunciar a falta de vagas nas creches e pré-escolas. Não coloquem seus filhos em creches particulares e nem em pré-escolas particulares, o governo municipal é obrigado a oferecer esse tipo de educação gratuitamente e com qualidade, para isso há verba e verba muito gorda que é destinada para esse fim, o dinheiro vem dos impostos que pagamos. Se a verba do FUNDEB é alta e gorda há muitos interesses politiqueiros rondando essa paranóia de municipalizar e de compartilhar escolas a todo custo, e como não se constrói escolas, os POLÍTICOS que se comprometeram em arrumar uma vaguinha de emprego na prefeitura para os seus fiéis cabos eleitorais parentes e amigos “lambe-botas” nas eleições passadas, agora querem esses políticos a todo custo fazer a municipalização forçada, ou seja, empurrar goela-abaixo esse processo sem fazer um debate esclarecedor com profissionais que se encontram nas escolas estaduais, alunos adolescentes dessas escolas que serão SERÃO MUDADOS DE PERÍODOS sem que pelo menos os PAIS possam se posicionar ou contra ou a favor.

UMA MUNICIPALIZAÃO FEITA NAS COXAS E FORÇADA: ELES QUEREM COMPARTILHAR ESCOLAS DO ESTADO COM O MUNICÍPIO

Só para esclarecer aos leitores pedagogicamente, o termo “FAZER-NAS-COXAS” não é palavrão, foi um termo empregado na época da ESCRAVIDÃO. Quando os negros eram abusivamente obrigados a garantir uma grande produção de TELHAS para aumentar o lucro do senhor, não se podia perder tempo, eles iam moldando as telhas na própria coxa, porém, alguns homens e mulheres robustos devido as próprias características físicas de cada um acabavam tendo coxas maiores e outras, menores. Isso fazia com que grande parte das telhas produzidas, não saísse num padrão, então, algumas telhas acabavam saindo maiores que outras, variando em seus tamanhos. Igualzinho o que querem fazer compartilhando escolas, como uma metáfora desse processo, a qualidade não era importante das telhas produzidas, mas sim a QUANTIDADE. É daí resultou no ditado popular: “feito-nas-coxas”. Esse ditado traduz bem o que querem fazer com a proposta de municipalização compartilhando escolas e celebrando um convênio esdrúxulo entre Governo estadual (Serra) e Bras Paschoalim, com apoio da maioria dos vereadores quer assumir de cabeça essa proposta. Quem são os vereadores a favor? Veja:

• Wesley Teixeira (PSB): Presidente da Câmara.

• Betinho (PSDB) já se declarou a favor em seus discursos na Câmara.

• Cebolinha (PSDB), também, já se declarou a favor em seus discursos na Câmara.

• Henrique de Alexandria (lider do governo-PSDB), este sem dúvida, já se declarou a favor em seus discursos na Câmara.

• Gerson Cerqueira (PTN), também, já se declarou a favor em seus discursos na Câmara.

• Marcelinho (DEM), também, já se declarou a favor em seus discursos na Câmara.

• Soldé (PTB), também, já se declarou a favor em seus discursos na Câmara.

• Wilson Coelho (PDT), também, já se declarou a favor em seus discursos na Câmara.

• Zé Neto (PR) não deixa clara a sua posição.

Votam contra o compartilhamento das escolas estaduais:

Gê (PT)

Maura (PT)

Zezinho do Pt (PT)

A previsão de construir três escolas é para 2010. É pouco para um município que cresce 2,5% em número populacional. Dinheiro tem... Só que compram brinquedos da Lego com 1 milhão e 400 e ainda paga curso para os professores sendo que a própria Lego oferece o curso de graça. Por que não constrói escolas? É dinheiro público sendo torrado!

É maquiavélica a postura do prefeito e do secretário nesse processo de municipalização ou compartilhamento de escolas. Pois para eles, “os fins justificam os meios”, ainda que por trás destes fins interesses inescrupulosos estejam escondidos.

Será que os fins, justificam mesmo os meios que querem usar para alcançar um objetivo não muito claro e duvidoso, que seria, segundo os defensores dessa proposta a “qualidade de ensino”?

Ora qual é o problema de compartilhar escolas com o município?

São vários os problemas, e não resolve a questão da má qualidade. O IDEB que mede o nível de conhecimento apreendido pelos alunos das escolas públicas não são muito animadores. Muitas escolas do município perdem para o Estado nesse tipo de avaliação. Alunos de escolas estaduais como Moacir Thomaz da Silva e outras estão à frente das escolas municipais.

As escolas estaduais que mantém o ciclo I e que ainda não sofreram o processo da municipalização e nem foram compartilhadas, estão à frente e os pais gostam das escolas.

A manifestação de sexta-feira dia 13/11/2009 deixou os lambe-botas do prefeito horripilados. Eles mandaram a polícia pra cima dos alunos e professores e até o delegado apareceu com sirenes ligadas e parou o carro de som, os alunos foral colocados de lado na praça, e membros do Conselho Tutelar recolhiam os nomes dos menores, proibidos de continuarem na marcha pelo não-compartilhamento das escolas. O motorista do carro de som teve que apresentar os documentos do veículo, mas estava tudo legal não restando alternativa aos “Homens da Lei”, a não ser ordenar aos PMS, que nos escoltassem durante os trajetos pela cidade. A professora que teria durante a semana sido presa, participou da passeata sem se intimidar, e ainda falou para a cidade ouvir, sobre a truculência tucana que mandou prendê-la, mas o advogado Paulinho, ex-aluno do Dolores, escola que, aliás, querem municipalizar, teve o prazer de advogar a causa da professora Marilena da Escola Integral da Vila Eunice. Em decorrência disto, a manifestação contra a municipalização tende a endurecer-se ainda mais, e os alunos se articulam para sair as ruas novamente.

Toda manifestação, ainda que tímida é válida e o pouco feito até agora já faz o secretário e o prefeito repensarem. No início o secretário mostrou papéis com dados de que seriam 9 escolas a serem compartilhadas. Alunos e pais foram tentar falar com o secretário, mas ele não foi à reunião do Conselho de Educação no dia. A reunião foi suspensa. Essa foi a primeira reação coletiva. A última manifestação foi agora no último dei 13 quando os pelegos e cabos eleitorais com cargos comissionados distribuíram um panfleto intitulado “A Verdade sobre a Municipalização” na estação onde já se fala em apenas 4 escolas:

• Dolores, Moacir, Vilmar e Alferes são as 4 escolas certas da municipalização. Mas que fique bem claro: O Josepha e o Soldé estão sendo analisados como possibilidade ou não de municipalizar, como diz o secretário, “estão repensando”, isso, por conta das reações de pais, professores, alunos, que junto com a UEJ e a APEOESP – sindicato dos professores- foram as ruas.

Não podemos deixar que acabem nem que destruam o que levou anos para ser construído nessas escolas, sem que haja uma boa discussão sobre o assunto. Eles dizem que é apenas por dois anos que irão usar as escolas estaduais, mas em dois anos muita coisa pode acontecer, inclusive a não-devolução dos prédios do estado melhor estruturados que as escolinhas municipais, vai que eles gostem, visto que nas escolas municipais faltam até quadra para Educação Física. Veja este poema:

NO CAMINHO, COM MAIAKOVISKI

Eduardo Alves Costa, 1968

Na primeira noite eles se aproximam

roubam uma flor

do nosso jardim.

E não dizemos nada.

Na segunda noite, já não se escondem:

pisam as flores,

matam nosso cão,

e não dizemos nada.

Até que um dia,

o mais frágil deles

entra sozinho em nossa casa,

rouba-nos a luz, e,

conhecendo o nosso medo,

arranca-nos a voz da garganta.

E já não podemos dizer nada.

Muitos, erroneamente atribuem essa poesia ao russo Wladimir Maiakovisk só por causa que o título é “No Caminho com Maiakovsk” feito pelo poeta brasileiro Eduardo Alves Costa. Na verdade o título não tem nada a ver com o russo. Segundo o engenheiro e pós-graduado pela PUC de Campinas Virgilio Freire, foi um engano atribuir a autoria do poema ao russo.

Para refletir mais um pouquinho e chamar a atenção de todos sobre o que pode acontecer com as nossas escolas públicas estaduais, vai aqui uma letra dos Titãs:

PELO AVESSO

Titãs (Composição: Sérgio Brito)

Tema de abertura da novela Cama de Gato- Rede Globo

Vamos deixar que entrem

Que invadam o seu lar

Pedir que quebrem

Que acabem com seu bem-estar

Vamos pedir que quebrem

O que eu construí pra mim

Que joguem lixo

Que destruam o meu jardim

Eu quero o mesmo inferno

A mesma cela de prisão – a falta de futuro

Eu quero a mesma humilhação – a falta de futuro

Vamos deixar que entrem

Que invadam o meu quintal

Que sujem a casa

E rasguem as roupas no varal

Vamos pedir que quebrem

Sua sala de jantar

Que quebrem os móveis

E queimem tudo o que restar

Eu quero o mesmo inferno

A mesma cela de prisão – a falta de futuro

Eu quero a mesma humilhação – a falta de futuro

Eu quero o mesmo inferno

A mesma cela de prisão – a falta de futuro

O mesmo desespero

Vamos deixar que entrem

Como uma interrogação

Até os inocentes

Aqui já não tem perdão

Vamos pedir que quebrem

Destruir qualquer certeza

Até o que é mesmo belo

Aqui já não tem beleza

Vamos deixar que entrem

E fiquem com o que você tem

Até o que é de todos

Já não é de ninguém

Pedir que quebrem

Mendigar pelas esquinas

Até o que é novo

Já está em ruinas

Vamos deixar que entrem

Nada é como você pensa

Pedir que sentem

Aos que entram sem licença

Que derrubem o meu muro

Atrás de tantas crenças

Quem é que pode estar seguro?

Eu quero o mesmo inferno

A mesma cela de prisão – a falta de futuro

O mesmo desespero.

A luta continua!