“Tá tudo dominado!!!”
Corremos contra o tempo para suprir nossas necessidades básicas e não percebemos claramente o sistema impiedoso que nos rodeia, nos asfixia e nos domina.
Pagamos religiosamente nossos impostos, freqüentamos nossas igrejas, prestigiamos nossos times, cuidamos da nossa família, cultivamos amizades, aproveitamos nossos momentos de lazer, investimos no futuro – nosso e de nossos filhos, votamos de vez em quando – sem muita consciência no ato – e deixamos a vida nos levar da maneira como ela nos leva...
Não necessariamente nessa ordem, nem exclusivamente nesses itens. Mas é o que normalmente fazemos em sociedade a vida toda, impulsionados pelo motor natural em busca de algo sobrenatural.
Povos e suas culturas – quanta diversidade! Se observarmos atentamente a natureza, perceberemos que prevalece sempre a lei do mais forte, do mais ágil, do mais esperto. Mas onde está a fortaleza, a agilidade e a esperteza do ser humano?
A fortaleza, pode estar no caráter ou no poder econômico; a agilidade, na capacidade de visualizar oportunidades latentes e concretizá-las em tempo hábil. A esperteza, no entanto, convencionou-se delegá-la aos tradicionais políticos de carreira. Virou pejorativo!
Vemos, impotentes, os valores morais mais importantes invertidos. Por que não reagimos? Desinformação, comodismo ou covardia? A estrutura dos três poderes está comprometida e não passa num teste sério de avaliação.
Leis defasadas e corrupção generalizada é a ferrugem que destrói suas moléculas. Latente em todos os níveis, brota e se espalha como um câncer ramificado danificando todos os órgãos vitais. As concorrências públicas são viciadas e o nepotismo escancarado (aos parentes e cabos eleitorais).
As verbas são liberadas mediante negociação de propina, que desce num efeito cascata do mais alto ao último nível da pirâmide governamental, envolvendo executivo, legislativo e empreiteiras.
Começam com as negociações no Congresso para aprovar leis de interesse do Executivo Federal e continuam depois nos níveis estadual e municipal onde finaliza o processo, deixando um rastro mal cheiroso pelo caminho. Haja vista o caso “sanguessugas” e similares. Quem não sabe disso?
Não existe verba pública vinculada, com repasse federal ou estadual, barata – todas são superfaturadas. Há tanta “agregação de valor” pelo caminho que no final é aquele absurdo que vemos normalmente nas placas de propaganda das “obras realizadas”.
Há exceções? Mostre-me uma – uma só! – que eu faço questão de ver, analisar, avaliar e comparar com uma planilha de custos do setor privado para uma obra similar. Gostaria até de poder dar a mão à palmatória, mas, infelizmente, sei que é utopia!
Quer conferir? Faça um levantamento na sua cidade, veja as obras que a prefeitura contratou, compare com a planilha de mercado e constatará isso com facilidade. Os governantes, infelizmente, estão mais preocupados com a propaganda da sua administração do que com as necessidades reais do cidadão.
Gastam fortunas na mídia em propaganda desnecessária (haja vista o Valerioduto) e investem misérias no social ou na tríade institucional. Depois, através dessas propagandas direcionadas (e verbas desvidadas através delas - haja vista os contratos com o Duda Mendonça), distorcem as informações e fazem parecer o contrário. E o povo engole... Por quê? Porque não percebe - ou prefere não ver - o sistema instalado que o rodeia e sutilmente asfixia e o domina!
“Tá tudo dominado!!!”