Vladimir Putin é o maior inimigo da humanidade

Vladimir Putin é, hoje, o maior inimigo da humanidade

por Márcio de Ávila Rodrigues

[09/08/2024]

Nas Olimpíadas (há quem entenda que a forma singular é a única correta) de Paris-2024, a Rússia não participa, banida por conta da guerra com a Ucrânia, confronto em que faz o terrível papel de invasora.

A Ucrânia, o país invadido, enviou 140 atletas, a menor delegação em sua história olímpica, e encerrou sua participação duas posições abaixo do Brasil no ranking das medalhas, ambos com três de ouro. O Brasil enviou praticamente o dobro, 276.

Mas o tema não é o esporte.

A simples participação ucraniana no evento desportivo me impressiona, pois guerra é o tipo de evento histórico mais desumano e violento que existe.

O noticiário brasileiro dessa guerra é muito vago e já saiu da rotina da grande mídia, frequentando os jornalísticos das redes apenas duas ou três vezes por semana.

Com todo o avanço tecnológico na área das comunicações, fotos e vídeos são pouco divulgados e o grande público se distancia, e até se esquece.

Pesquisando na internet, percebo um grande desconhecimento da extensão das perdas humanas e materiais. Pesquisas feitas por órgãos da mídia internacional junto a fontes especializadas indicam um número de mortes na ordem de dezenas de milhares. Fontes de respeito falam que este número pode chegar a 200 mil perdas humanas na soma dos dois lados. Entre os russos, somente militares; entre os ucranianos incluem-se milhares de civis.

Neste mundo contemporâneo, altamente influenciado pelas redes sociais, percebo uma confusão no posicionamento ideológico das pessoas em relação ao conflito. O presidente da Ucrânia não tem a simpatia das pessoas com tendências esquerdistas, mas chefia um formato de governo democrático.

Já o terrível Vladimir Putin, presidente da Rússia, é autoritário mas não é tratado como um direitista de fato. O poder de seu país pesa na balança de quem permite que interesses ideológicos se sobreponham às análises sensatas.

Com parcas informações da mídia e sem o componente ideológico que apaixona tanta gente, o grande público se desinteressa pelo conflito, mas as pessoas continuam morrendo, se ferindo, perdendo bens preciosos.

Minha escolha de posicionamento entre os dois lados do conflito se baseia na questão da iniciativa. Quem tomou a decisão de invadir e iniciar uma matança em um país vizinho foi a Rússia. Os detalhes citados anteriormente são acessórios, são periféricos.

Vladimir Putin é hoje o maior inimigo da humanidade. E ainda pode fazer muito mal.

Sobre o autor:

Márcio de Ávila Rodrigues nasceu em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, Brasil, em 1954. Sua primeira formação universitária foi a medicina-veterinária, tendo se especializado no tratamento e treinamento de cavalos de corrida. Também atuou na área administrativa do turfe, principalmente como diretor de corridas do Jockey Club de Minas Gerais, e posteriormente seu presidente (a partir de 2018).

Começou a atuar no jornalismo aos 17 anos, assinando uma coluna sobre turfe no extinto Jornal de Minas (Belo Horizonte), onde também foi editor de esportes (exceto futebol). Também trabalhou na sucursal mineira do jornal O Globo.

Possui uma segunda formação universitária, em comunicação social, habilitação para jornalismo, também pela Universidade Federal de Minas Gerais, e atuou no setor de assessoria de imprensa.