Responsabilidade dos profissionais do turismo nas trilhas de Ecoturismo
Ontem, eu e o amigo Wallace Porto fizemos uma visita técnica na Trilha da Ponta do Criminoso, em Búzios – um local de extrema beleza cênica, com exuberantes costões rochosos e lindas piscinas naturais!
Ao iniciarmos o trajeto, percebemos que um pequeno grupo, acompanhado por um guia de Turismo, estava finalizando a trilha.
Mas, para minha ingrata surpresa, o profissional de Turismo estava carregando três pedras (rochas) nas mãos, retiradas do local. Na verdade, foi o amigo Wallace que, atento, comentou e sinalizou o que estava acontecendo.
Fiquei muito aborrecido e decepcionado com o guia. Como pressuponho que ele deveria saber, nós, profissionais do Turismo, temos o dever ético, moral e profissional de preservarmos a fauna, a flora, as rochas, etc. Também temos o dever de não sujar e não permitir que sujem os locais de visitação. Se possível, devemos limpar os lugares visitados. Alguns trilheiros-amigos, como o casal Fabiano e Mariana Ramiro, por exemplo, levam sacolas para recolherem lixos durante o percurso das trilhas. Assim como temos que proibir qualquer retirada de plantas, pedras e qualquer outro objetivo do ambiente natural visitado, seja biótico ou abiótico.
Somos nós que temos a responsabilidade de cuidar, preservar, limpar e proteger o meio ambiente. Temos o dever profissional e cívico de zelar pela coisa pública e pelo nosso bem comum.
O que o supracitado guia fez é uma grande falta profissional, além de ser um crime ambiental. Se o exemplo não vier de nós, profissionais do Turismo, dificilmente virá dos nossos clientes, apesar de muitos consumidores dos nossos serviços serem extremamente conscientes e zelosos.
Uma trilha de Ecoturismo é muito mais do que uma simples caminhada na natureza. É muito mais do que conhecer um local exótico ou de rara beleza. É uma aula de educação ambiental e patrimonial a céu aberto, ministrada por nós, os guias de Turismo, até porque o Meio Ambiente é parte do nosso Patrimônio Cultural.
A ética profissional, o respeito ao local visitado, a preservação e a conservação ambiental devem ser as metas supremas de qualquer profissional do turismo.
Espero nunca mais ter que assistir uma ação tão antiprofissional e horrenda, como a que tive o desprazer de testemunhar ontem.