Bauman e o efeito Miojo Lamen
Ao ouvir que, atualmente, tal coisa não tem a qualidade e fineza que havia antigamente, principalmente, na arte, entenda que não há e nunca mais existirá; pois o movimento de massa, por exemplo Maddona e seus parças, se repete, diuturnamente, menos a boa e seleta cultura artística.
E não há outro motivo, se não, o imediatismo de produzir hoje, encher a agenda de apresentações que arrebanham multidão, enriquecer amanhã e ser, eternamente, esquecido. Por onde anda Vitor e Léo, fenômenos que não passaram de "Sapo na lagoa" e tantos outros fantasmas e gasparzinhos da arte musicada?
Debaixo de todos os tetos, dormindo na mesma cama e comendo à mesma mesa de todos os lares, tem um monte desses incautos desculturalizados, dizendo-se intelectualizados. Para os adeptos do quanto pior, melhor, qualquer enlatado pré-cozido, aquecido 5 min em fogo brando, está pronto para ser degustado. E comem com gosto, assovios, prazer, coca-cola e aplausos. Uma verdadeira histeria sexual...
Sórdidos e inexpressivos humanos, alimentados pelos sórdidos tempos líquidos. Tudo é consumo de fácil e rápida digestão. E para insinuar que foi bem servido, um longo e profundo arroto.
É, Bauman, por você ser de nacionalidade polonesa, insinuaram que tu era "hitlerista"! Bem, recorrendo a outro "hitlerista", esse BraZuca que deve ter prenunciado o bolsonarismo, disse que "toda unanimidade é burra. Quem pensa, o que pensa e faz o que a maioria faz, não precisa pensar; muito menos, fazer". Aí, entra o Mutagambi, exemplificando: "Filomena, minha filha querida, vá ao show com lacinho rosa no cabelo, cor usada pela maioria".
Quantidade e volume Bauman, nunca foi e jamais será, sinal de prosperidade e inteligência; contudo, chancela, expõe um povo; movimento de massa que o Zé Ramalho denominou "povo marcado, povo feliz". E isso basta para se acharem politizados, artísticos e heróis.
Assim posto, reúnam Mutagambi, Nelson Rodrigues, Bauman, Raul Seixas, Oswaldo Montenegro, Jô Soares e Zé Ramalho para juntos e misturados, fazerem um show de machos, (macho para macho; também para mulher-macho, sim sinhô).
Bauman venha com seu inconfundível cachimbo, para vocês fumarem um baseado e dançar fanque na boquinha da garrafa, nas areias de Copabana.
Contudo, saibam todos que propondo o que propõem e fazendo a arte que fazem, não terão o exército de "Filomenas foram com as outras", como expectadores. A saber, lideradas por celebridades midiáticas influentes, essa trupe "Filomena, minha filha" é a própria arte.
É arte pela pobre, fracassada e má Ma(n)dona arte?
P.S.: Bauman pergunta: o Meeengo já pagou as famílias das vítimas eletrocutadas no show artístico realizado no palco, ou melhor, no dormitório de zinco, Ninho do Urubu.
Resposta: o novo modelo de arte traz no bojo a denotação de sexo explícito, e nunca o princípio de Justiça.