A cusparada da Águia de Haia

"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

Transcritas em papel timbrado, testemunhadas e reconhecida a assinatura, ou somente verbalizadas, está sobrando palavras; em contrapartida, faltando o cumprimento da sentença.

Como simploriamente justificam, a mudança dos tempos não permite a produção de homens sérios de caráter e atitudes, motivo das palavras perderam a eficácia esperada, tanto quanto, a confiabilidade do locutor titular que assina e teoricamente, deveria responsabilizar-se pelo falado ou escriturado, ou ambos.

Não devemos culpar esse ou aquele por esse pequeno, ínfimo lapso humano, contudo, devemos sim, responsabilizar os ventos que mudam as coisas de lugar, para posteriormente, o tempo apaga-las em definitivo.

Convenhamos que no quesito parceria amigável entre os Ventos, o Tempo e o homem, a máxima "os tempos mudaram" torna o homem privilegiado; e não menos, um canalha mentiroso engodista que não sustenta o que fala.

O que fazer para engarrafar os Ventos - alguém do poder e de poder já disse essa aberração - extinguir o Tempo e eliminar essa lamentável verdade na relação humana!? Se não é possível agir contra os Ventos e o Tempo, que medidas devem ser tomadas para que o Homem retome as boas condutas de caráter; pois após quase dois anos de término da Pandemia e não se vê o cumprimento do que diziam nos anos sombrios, assolados pelo vírus devorador.

Pena os ventos não serem fortes o bastante para soprar as palavras da Águia de Haia país afora. Para espalhar, fazer reviver o que o Tempo apagou; afinal, quando não se cumpre o prometido, uma boa e bela cusparada dará ao mentiroso a sensação proporcionada a quem esperou receber e não foi agraciado pelo astuto falaz.

Na contramão do séquito, há um ou outro Jesus Cristo, cujos atos e tomada de decisão não traem as suas palavras; portanto, uma vez prometido, a sentença será cumprida.