Famílias Nobres no Império do Brasil

As famílias nobres no Brasil são aquelas que receberam títulos de nobreza durante o período colonial ou imperial, ou que tinham ascendência nobre portuguesa. A nobreza brasileira teve início com a transferência da corte portuguesa para o Brasil em 1808, quando o rei Dom João VI começou a distribuir títulos nobiliárquicos aos seus súditos e aliados. Entre 1808 e 1821, ele concedeu 28 títulos de marquês, 8 de conde, 16 de visconde e 21 de barão, sendo quatro deles a brasileiros natos¹.

Após a independência do Brasil em 1822, o imperador Dom Pedro I continuou a política de agraciar pessoas com títulos de nobreza, mas com critérios mais rigorosos. Ele criou o Conselho da Fazenda, que era responsável por examinar os candidatos e cobrar uma taxa pela honraria. Os títulos não eram hereditários, mas podiam ser renovados pelos descendentes mediante pagamento. Dom Pedro I criou também o título de duque, que foi concedido apenas a três pessoas: sua esposa, a imperatriz Dona Leopoldina; seu pai, o rei Dom João VI; e seu irmão, o rei Dom Miguel I de Portugal².

O segundo imperador do Brasil, Dom Pedro II, foi o que mais concedeu títulos de nobreza, chegando a um total de 986. Ele ampliou o leque de possíveis agraciados, incluindo políticos, militares, magistrados, diplomatas, médicos, educadores, escritores, artistas, comerciantes, fazendeiros e banqueiros. A maioria dos títulos era de barão, seguido de visconde, conde, marquês e duque. Os títulos eram uma forma de reconhecer os serviços prestados ao império, mas também de fortalecer os laços entre a monarquia e as elites regionais, especialmente os cafeicultores do sudeste, que ficaram conhecidos como os barões do café³.

A nobreza brasileira tinha como ofícios principais a política, a medicina, a diplomacia, a propriedade e a administração de terras, o comércio e os negócios, a magistratura, a promotoria, o magistério, a procuradoria, o oficialato da Guarda Nacional e das forças armadas. Além disso, os nobres podiam exercer funções na corte imperial, como veadores, damas de companhia, oficiais-mores, condecorados com as ordens honoríficas e membros da Guarda de Honra dos Mosqueteiros de Dom Pedro I⁴.

A nobreza brasileira foi extinta com a proclamação da República em 1889, que aboliu os títulos de nobreza e as ordens honoríficas. No entanto, alguns descendentes de famílias nobres ainda mantêm o uso dos títulos como forma de tradição ou de distinção social.

Alguns sobrenomes de famílias nobres no Brasil são: Lucena, Alves, Rodrigues, Ferreira, Souza, Silva, Oliveira, Andrade, Lima, Costa, Santos, entre outros.

Fontes:

(1) Brasil Genealogia - FamilySearch Wiki. https://www.familysearch.org/pt/wiki/Brasil_Genealogia.

(2) Nobres do Brasil Imperial - Geni.com. https://www.geni.com/projects/Nobres-do-Brasil-Imperial/12615.

(3) Os sobrenomes de famílias mais influentes do Brasil - Escola Educação. https://escolaeducacao.com.br/os-sobrenomes-de-familias-mais-influentes-do-brasil/.

(4) Nobreza do Império do Brasil – Wikipédia, a enciclopédia livre. https://pt.wikipedia.org/wiki/Nobreza_do_Imp%C3%A9rio_do_Brasil.