Câmara de Gás Ambulante

No último dia 25, ocorreu um fato no Brasil, mais precisamente no Estado de Sergipe, exatamente 2 (dois) anos após a morte de George Floyd. Genivaldo de Jesus Santos, 38 (trinta e oito) anos, perdeu sua vida asfixiado por gás lacrimogênio dentro de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal em abordagem no km 180 da BR 101, no município de Umbaúba.

Segundo os policiais que o abordaram, ele não teria obedecido à uma ordem de parada e estaria conduzindo uma motocicleta sem o uso de capacete. Um sobrinho da vítima teria relatado aos policiais que o tio possuía transtornos mentais, realizando tratamento já há mais de 20 (vinte) anos.

Como forma de contenção, um dos policiais envolvidos coloca as pernas no pescoço para contê-lo e sufocá-lo, já no chão ele é algemado e tem os pés amarrados; na sequência é conduzido para o porta-malas do carro de onde deveria ter sido conduzido para a delegacia policial, porém, ambos os policiais utilizam do gás lacrimogênio e fecham intencionalmente a porta do compartimento da viatura.

Debatendo-se dentro do compartimento e sem condições de libertar-se das algemas e das amarras nos pés que tentava colocar para fora afim de libertar-se de tamanha crueldade. Por volta das 13h daquele dia, infelizmente sua morte foi constatada e confirmada.

Como pessoa com deficiência que sou, fico sensibilizado e imagino que talvez a pessoa naquela situação pudesse ser eu. Não cabe a mim dizer se realmente ele conduzia a motocicleta de modo irregular e nem mesmo se a motocicleta estava com alguma irregularidade, a abordagem deveria ter sido de forma a respeitar a Lei e a dignidade da pessoa humana, seja lá quem fosse.