A TERCEIRA GUERRA MUNDIAL QUE ESTÁ DENTRO DE NÓS
Como falar de paz se a cada dia eles me alimentam a alma de rumores de guerra e de guerra declarada?
Como falar de fartura, se a fome sonda ao meu redor?
Como falar de amor, se a desgraça humana nos acolhe abruptamente nos convidando para assistir a briga de outros lugares com irmãos que nem se quer os conhecemos?
Como falar de um bom futuro se o meu presente é a mesma e tão vergonhosa causa de guerra do passado?
Como sorrir quando as lágrimas são misturadas aos bélicos impactos, trazendo aos olhos poeiras e cinzas que matam decepam e mutilam?
Como pedir ao poeta que se cale, se as armas gritam aos ouvidos de tantos deixando-os moucos?
Me diga como falar de vida, se a morte a todo instante me faz lembrar que posso ser a próxima vítima?
Como apertar as mãos se me ensinam que para viver (ou se livrar da morte iminente) me ensinam apertar os dedos nos gatilhos que emanam projeteis de destruição?
Carlos Silva