ENEM de Gado Feliz!
"Vocês que fazem parte dessa massa,
Que passam nos projetos do futuro,
É duro tanto ter que caminhar,
E dar,
Muito mais que receber...,
Após quase 50 anos, a redação do ENEM deste ano - 2021 - fez menção à letra "Admirável Gado Novo", de Zé bruxo visionário da Paraíba Ramalho. Pergunto: quem foi, e quem é o atual gado novo, cantado por Zé?
Mais tarde, bem mais tarde, Cazuza cantava "vejo um museu sem grandes novidades;
O tempo não para...
Deveras, os ponteiros dos relógios não param...
Não obstante, os bovinos, sim. Aliás, acomodados no agrupamento, o viril garrote macho procriador, os bois carregadores de canga, as vacas e os bezerros pastam, comem um pouco de sal, bebem água, ruminam e escornam seus corpanzis na relva enlameada.
Como tudo têm preço, pagam com o leite sagrado, com a carne caríssima, com o couro e as vísceras para o senhorio, dono da fazenda. Tal troca é satisfatória; e momentaneamente, ambos sorriem, felizes.
O próprio ENEM, SISU, sistema de cotas, Dia da Consciência Negra e outras maneiras, são pirulitos que adoçam o paladar do "Admirável Gado Novo".
Por que em tempos idos, curso superior valia cefaléia, dores de barriga, diarréias e muitas, inúmeras noistes de sono; quando menos, lágrimas de sangue.
Portanto, não importa o nível qualitativo, mas o volume quantitativo númérico - quanto mais, mais - bem como vale e muito, a socialização da barganha do "é dando, que se recebe", é uma maneira eficiente de fazer o povo feliz.
Gado amado. Cabisbaixo disciplinado. Feliz séquito marcado.
Feliiiiz..!
Loroteiros:
Nem bem sanaram o problema de saúde pública e está de volta o tema racismo / feminismo discriminatório, porém, nunca vi um ser "sarado bonzinho" estender a mão, sorrir, alimentar um mendigo ensebado, seja Ele branco, pardo, índio, pobre, rico, diplomado, analfabeto ou negro.
Mas, amaldiçoar, torcer o nariz na presença de um, já presenciei inúmeras vezes.
Parece-me que esse furdúncio atual é mais marqueting político, que coração; isso por que, o bom samaritano não comunica à outra, a oferenda dada por uma das mãos.
Tome Cristo como exemplo, que fazia milagres e não publicava-os.
Estou para conhecer coisa pior que hipocrisia, separatismo e politicagem; comportamentos com aprendizagem doméstica.
A tradicional e original cultura nordestina não é reconhecida pelos americanos Jecas-tatus hi-tec, residentes nas favelas; e pelos residentes nos palacetes, também.
O brasileiro é um novo bêbado, alcoolizado pelos velhos vícios!.