A triste realidade das crianças brasileiras órfãs em virtude da COVID-19

Não é novidade nenhuma para todos nós a realidade pandêmica que estamos vivenciando desde 2020. Embora estejamos vacinando nossa população (em um ritmo bem mais lento do que o de outros países) estamos com mais de 600.000 (seiscentos mil) óbitos. Pessoalmente, tive familiares vítimas da doença.

Outra triste realidade que esta pandemia trouxe-nos é a de crianças (meninos e meninas) e ficaram órfãos por conta da morte de seus pais contaminados. Há vários casos em que a mãe em estado gestacional teve que ser submetida de emergência à cesariana para que a equipe médica pudesse tentar salvar ambas as vidas e a mãe infelizmente não resistiu, indo a óbito. Há casos igualmente tristes, em que os pequenos acabaram perdendo ambos os pais, tendo que ir morar juntamente com outros familiares.

Estimativas dão conta de que, no Brasil, há um órfão por COVID-19 a cada 5 (cinco) minutos. Correspondente a 12 (doze) órfãos em uma hora, 288 (duzentos e oitenta e oito) órfãos em um dia! Algo extremamente assustador. Levando-se em conta que já estamos há mais de um ano vivenciando diariamente a pandemia podemos ter uma noção do número de crianças que ficaram órfãs.

Além de terem que vivenciar o luto tão cedo em suas vidas e de forma sem nem entenderem muito bem o que significa como será que está o psicológico destes pequenos? Como está seu emocional? Como será que a escola está lidando com esta situação?

O apoio familiar, o apoio da área de saúde mental, social, e logicamente educacional são de suma importância no amparo às crianças para vivenciarem o luto, a dor da saudade por terem perdido alguém que lhes era tão querido.

Espero que tudo acabe o quanto antes no mundo todo, e que nenhuma criança a mais tenha que debulhar-se em lágrimas chorando a partida do seu pai, da sua mãe, ou como também ocorreu em vários casos, de ambos.

Estes números todos são números dignos de noticiários de conflitos bélicos, tamanha a sua expressividade. Vale lembrarmos que somos um dos 5 (cinco) maiores países em extensão territorial e com uma população que ultrapassou os 200 milhões de habitantes.

Quem os amparará em suas necessidades básicas de saúde, educação, alimentação, lazer, entre outros, que são tão importantes e necessários para sua formação? O assunto é verdadeiramente assustador, porém, importante de ser debatido por toda a sociedade. Meu respeito e meus sinceros sentimentos a todas as crianças do Brasil, de todas as idades, que tão cedo em suas vidas tiveram que enfrentar a incomparável dor do luto.

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* Licenciado em Educação Especial pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Especialista em Educação pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Bacharel em Letras/LIBRAS pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).