Sobre os protestos violentos no Carrefour e a segurança das grandes empresas
Há temas os quais prefiro não abordar, mas hoje acordei com mensagens de amigos, especialmente de Thales Henri, questionando-me sobre os protestos violentos ocorridos nas lojas do Carrefour, a ponto de incêndios e quebra-quebra.
Não acho certo esse tipo de protesto, mas a empresa é também responsável pelos serviços que contrata diretamente ou terceiriza. Empresas não podem transferir responsabilidades.
Sou a favor de protestos pacíficos na frente da empresa, e até com palavras de ordem, pois através dessas manifestações outras empresas vão se preocupar mais com o tipo de pessoal que contratam para fazer sua segurança.
Esse episódio deve servir também para que o Congresso Nacional crie leis que responsabilizem bancos, seguradoras e grandes empresas como o Carrefour, as Casas Bahia, Americanas e outras a assumirem a responsabilidade para com a segurança de seus clientes e por seus prestadores de serviço. Os clientes são aqueles que geram seu lucro, portanto, devem ter suas vidas preservadas e ser tratados com todo o respeito e consideração, mesmo porque a segurança contratada não deve visar somente o bem patrimonial; por isso a empresa é corresponsável no ocorrido.
Se a vítima fosse branca, de olhos azuis, provavelmente não seria agredida tampouco morta, nem teria uma funcionária do Carrefour ao lado filmando tranquilamente o show de horrores para depois postar nas redes sociais.
Brancos não sofrem discriminação racial ou por cor da pele, mesmo porque eles seriam os escravizadores do passado colonial, nunca tendo sido escravizados no Brasil, já que não existe racismo reverso - porque nunca houve escravidão reversa.
Brancos podem ser discriminados por sua condição social, aqueles poucos que vivem em extrema pobreza, mas nunca por seu fenótipo ou pelo tom da sua pele.
Texto escrito em 21/11/2020, para refletir sobre os protestos que tomaram conta de algumas cidades do Brasil por conta do assassinato de João Alberto Silveira Freitas, homem negro de 40 anos espancado por dois homens brancos, incluindo um PM, no Carrefour em Porto Alegre.