Meios de Subsistência
Em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec fez a seguinte pergunta aos Espíritos superiores: É freqüente a certos indivíduos faltarem os meios de subsistência, ainda quando os cerca a abundância. A que se deve atribuir isso?
E os espíritos responderam: “Ao egoísmo dos homens, que nem sempre fazem o que lhes cumpre. Depois e as mais das vezes, devem-no a si mesmos. Buscai e achareis: estas palavras não querem dizer que, para achar o que deseje, basta que o homem olhe para a Terra. É preciso procurar, não com indolência, e sim com ardor e perseverança, sem desanimar ante os obstáculos, que muito amiúde são simples meios de que se utiliza a providência, para lhe experimentar a constância, a paciência e a firmeza.”
Como podemos perceber, o egoísmo continua sendo a grande barreira no caminho dos homens.
Kalil Gibram, em seu livro o profeta, fala sobre o egoísmo e a preguiça de forma poética:
“A vós a terra oferece seus frutos, e nada vos faltará se somente souberdes como encher as mãos.
É trocando as dádivas da terra que encontrareis a abundância e sereis satisfeitos.
E, contudo, a menos que a troca se faça no amor e na justiça, ela conduzirá uns à avidez e outros à fome.
Quando vós, trabalhadores dos campos e dos vinhedos, encontrardes no mercado os tecelões, os oleiros e os colhedores de especiarias, invocai o espírito mestre da terra para que desça sobre vós e santifique as balanças e os cálculos que comparam valor com valor.
E não permitais que aqueles que têm as mãos vazias tomem parte nas vossas transações, eles vos venderiam suas palavras em troca de vosso labor.
A tais homens devereis dizer: Vinde conosco aos nossos campos ou ide com nossos irmãos para o mar e jogai vossa rede, pois a terra e o mar serão tão generosos para convosco quanto o são para conosco.
Mas quando vierem os cantores, os bailarinos e os flautistas, comprai de suas ofertas, pois eles também colhem frutos e incensos e, embora feitos de sonhos, seus produtos são vestimenta e alimento para vossas almas.
E antes de deixardes o mercado, vede que ninguém se retire de mãos vazias.
Pois o espírito mestre da terra não descansará em paz sobre o vento enquanto as necessidades do mais humilde dentre vós não tiverem sido satisfeitas.”
Importante notar a lucidez nas palavras desses sábios que condenam o egoísmo e a indolência, e enaltecem as mãos operosas e justas.
Existem pessoas que não têm o necessário para viver, por causa do egoísmo de alguns, mas também existem aqueles que vivem na miséria por pura preguiça.
Desejam olhar para a terra e dela receber seus frutos, sem o menor esforço. Sentam-se confortavelmente em suas cadeiras cativas, sem nada produzir, e esperam seus polpudos salários no fim de cada mês.
Mas como o Criador não privilegia nenhum de seus filhos, outorgou-lhes o trabalho como lei natural.
Quem não trabalha e mesmo assim recebe, fica devendo às leis morais da vida e, mais cedo ou mais tarde deverá prestar contas dessa apropriação indébita.
Jesus, o maior sábio que já pisou o solo terrestre, enalteceu essa dinâmica ensinando: buscai e achareis. Batei e a porta se abrirá.
Pensemos nisso, e coloquemos nossas possibilidades a serviço do progresso, sem egoísmo nem indolência.
Anezio com a Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em O Livro dos Espíritos, item 707, e no livro O Profeta, de Gibran Khalil Gibran, cap. As compras e as vendas.