A mesma Lorota, sempre!

"Feliz natal e um ano vindouro com muito dinheiro no bolso, cheio de paz, amor, saúde e prosperidade, para dar e vender".

Repetindo os mesmos erros, derrapando nas mesmas deficiências, chafurdando nas mesmas inconsequências e almejando o que não oferece, o homem permanece iludindo a sí e outrem; pois embora tenha passados 2020 dC, esse "Salomão" supremo filho do "Pai" e habitante da Terra Prometida, ainda não conseguiu discernir e transformar subjetividade, em atos práticos, em ações objetivas e solidárias, preferindo o individualismo de receber em vez de doar, dividir equitativamente.

E ao deparar-se com a pobreza, com o caos, com a disparidade, com a doença, com a pandemia, com a indiferença, com o menor problema, cuja causa Ele é o epicentro, resta ao "Rei" falacioso desculpar-se e pedir perdão. Entretanto, desculpar-se e pedir perdão não é tão importante, não faz tanto efeito, quanto desviar-se dos terrenos escorregadios, soltar-se das amarras coletivas, fugir das mesmices, abrir os olhos para as tolices, dizer não e sustentá-lo, não repetindo os erros cometidos. Para esses, prevalece o vai e volta da lei do Eterno retorno.

Essa é a premissa maior proposta pelos não iludidos de pés no chão e mentes assentadas nas reais e verossímeis virtudes; as quais é praticada, diuturnamente por uma minoria de seres iluminados, instintivamente evoluídos. À continuação, como expôs o escritor e poeta Fernando Pessoa, "o amor é raro, uma vez que o amor é a concentração da atenção; e a concentração da atenção é, extremamente difícil".

Deveras, a concentração de atenção é laboriosa, dedicada, altruísta, cuidadosa, empática e demanda tempo, atributos que estão disponíveis na atmosfera, porém fora do alcance de braços colados ao corpo e pernas curtas. Em tempo, para a realização e exercício do amor ágape, é preciso gigantismo, ao invés de nanismo e pequenez de coração. Com efeito, ou Salomão escolhe o Salomão diferenciado que quer ser, ou sorrateiramente, os que fazem parte da maioria de Salomões, também conhecidos como Reis sem coroa, engloba-o à súcia de bestiais. Das duas, uma.

Salve-se enquanto há tempo, pois a forca, chamada Facilitação, está dando corda e aumentando o raio que alarga a circunferência do laço; uma hora ou outra, o desavisado cai na armadilha.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 23/12/2020
Reeditado em 23/12/2020
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