Para não dizer que não falei dos Ipês

A florada de Ipês de variadas cores ocorre, exclusivamente, em clima seco, sob sol pleno, altas temperaturas; e até quando não tinham virado o Globo Terrestre de ponta cabeça, uma vez por ano.

Todavia, com o abecedário fora da ordem, os Ipês estão florescendo em pleno inverno de 30° C no topo das colinas. É o fim...; fim da picada. Do caminho. Da amizade porta a porta. Das estações. Da vegetação. Da redação. Do diálogo da janela a jabela. Dos olhos d'água. Dos bancos das praças. Da Natureza. Do café no bule. Dos coqueirais. Do bolo de fubá. É o fim...

Fim do tempo velho, dando lugar à nova florada de Ipês. De "A a Z" tudo dentro da (a)normalidade.

Moderno e atual é isolar-se e estando distante, no mínimo 2m um do outro, apreciar a mais recente criação brasileira, a moda Novo Normal. Na cartilha, tem sobrancelhas e unhas postiças, corte de cabelo com caminhos de ratos, corpo mapeado pelo bicho geográfico; tudo em ereto, desde os glúteos até as mamas siliconadas; curtir o heroísmo de ser mamãe e papai solo, ou produtores independentes; privilegiar-se trabalhando home office; efetuar as compras pela internet e invenções mais.

Em contrapartida, é o fim...; da família? Como pode a família acabar? Fim da família tradicional composta por pai, mãe e filhos, que é a célula máter; sob a qual, formam-se as sociedades e dispensam o Espírito Santo. Fim do Espírito Santo também.

Em breve será lançado o novo ser humano, o qual será sem as mãos, pernas e acéfalo; no lugar, uma Jaca em cima do pescoço, entre duas orelhas, com um chumaço de cabelos no cocuruto, comandando um toco de gente.

É o fim...; fim do brilho próprio da vida amimal humana, isso se no tempo passado os humanos foram considerados estrelas: cadentes ou excluíndo o "can", incandescentes?

Qual o segredo da família e das floradas de ipês fora de época, uma vez que agora criaram e lançaram no país a família virótica, ou seja faltando uma célula; pois temos mãe e filho, ou pai e filho, e ambos, produtores independentes?

Seja como for, se não for o fim das abelhas pelo sol estarrecedor e o derrame de agrotóxicos e pesticidas nas lavouras e culturas, que as variadas cores dos ipês floresçam e salpiquem as alamedas, ruas e avenidas no início do Fim, Planeta em construção.

Que os Novos Normais tenham melíferos dias extraídos das floradas pelas abelhas. Animal polinizador moldado pela terna doçura; espécie que muito tem a ensinar e colorir o novo modelo de homem, pois toda revolução tende à normalidade. É questão de tempo, apenas.